A Polícia Federal e o Ministério Público Federal estão prestes a montar o quebra-cabeças que envolve as quatro pessoas presas e a delatora da nona fase da Operação Lava-Jato, etapa que investiga o suposto esquema de pagamento de propina pela empresa Arxo, de Balneário Piçarras, no Litoral Norte de Santa Catarina, à BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras.
No começo da tarde desta segunda, a Polícia Federal encerrou o depoimento de João Gualberto. O dono da Arxo reafirmou o que seus advogados disseram na sexta-feira, que a denúncia de Cíntia Provesi é fruto de "vingança" e "revanchismo" por ter sido demitida e investigada por uma auditoria interna da empresa. João Gualberto apresentou documentos de uma auditoria interna que incrimina Cíntia pelo desvio de cerca de R$ 1 milhão e mensagens de celular enviadas pela própria delatora. O conteúdo das mensagens não foi informado.
Das quatro pessoas presas, três já foram ouvidas. São os donos da Arxo, Gilson Pereira e João Gualberto Pereira, e o diretor financeiro Sérgio Marçaneiro. Falta apenas Mário Góes, suspeito de ser o operador do esquema do pagamento de propina, que se entregou no domingo à noite na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. A quinta peça do quebra-cabeças é a ex-funcionária da Arxo, Cíntia Provesi, que denunciou o suposto esquema após ser demitida da empresa, no fim do ano passado.
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A empresa Arxo, que fabrica e monta tanques de combustíveis e caminhões-tanque, tem sede em Balneário Piçarras. Ela tem contratos com a BR Distribuidora há 12 anos. Na quarta-feira da semana passada, foram apreendidos na sede da empresa R$ 3,186 milhões. Segundo os policiais federais, as notas estão divididas em reais, dólares e euros. Além do dinheiro em espécie, também foram apreendidos 518 relógios de luxo.
O depoimento de Mário Góes deve ocorrer ainda na noite desta segunda-feira ou na manhã de terça.
Cíntia disse à Polícia Federal que fazia pagamentos em dinheiro a Mário Góes, que é apontado pela Polícia Federal como o controlador de uma série de contas bancárias secretas no exterior, junto com Pedro Barusco, outro acusado de ser operador do esquema..
Os fatos que marcaram a operação: