A confirmação de Aldemir Bendine na presidência da Petrobras, nesta sexta-feira, e de cinco novos diretores dividiu opiniões sobre as condições que terão para vencer os desafios que se colocam na empresa. Há pelo menos cinco tarefas que precisam ser encaradas com urgência (confira abaixo).
O nome de Bendine, que deixou a presidência do Banco do Brasil para assumir o comando da petrolífera, não foi bem recebido pelo mercado. As ações da Petrobras fecharam a sexta-feira com quedas próximas de 7%.
Quem é Aldemir Bendine, executivo que assume a presidência da Petrobras
Leia todas as notícias sobre a Operação Lava-Jato
Leita todas as últimas notícias de Zero Hora
1 - Definir um cálculo das perdas provocadas pela corrupção que seja aceito pelas agências de regulação dos mercados de capitais no Brasil e nos EUA (Comissão de Valores Mobiliários, CVM, e Securities Exchange Commission, SEC).
2 - Entregar o balanço do terceiro e do quarto trimestres de 2014 com parecer favorável dos auditores independentes (PricewaterhouseCoopers, PwC).
3 - Definir o volume de investimento até dezembro. No planejamento em vigor até o ano passado, estavam previstos R$ 83,4 bilhões para 2015, mas na última reunião da diretoria que acabou de renunciar com analistas de mercado, a então presidente, Graça Foster, anunciou a decisão de reduzir o valor ao "mínimo necessário".
4 - Informar com transparência qual é a capacidade da empresa de aumentar a produção de petróleo. Com problemas financeiros para manter o volume de investimentos e enfrentando atrasos na entrega de equipamentos, como plataformas e sondas, a Petrobras tem elevado sua capacidade de produção em ritmo menor do que o projetado.
5 - Confirmar a atual política de preços, que não prevê redução de preço da gasolina na refinaria ao longo de 2015. O que é má notícia para o consumidor é boa notícia para os investidores. Até outubro do ano passado, a Petrobras teve prejuízo cobrando menos do que o valor médio internacional. Com a queda na cotação do barril, a situação se inverteu. Com os atuais valores cobrados na refinaria em relação à cotação internacional do barril, a estatal pode ganhar um "extra" entre R$ 15 bilhões e R$ 30 bilhões, dependendo da variação dos preços lá fora. Isso fortalece o caixa da companhia em um momento difícil para recorrer a financiamento externo.