Uma manifestação nacional de aeroviários e aeronautas por reajuste salarial atrasou 18 voos e cancelou outros três no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira. O primeiro avião a deixar o terminal após o protesto decolou em direção ao Rio de Janeiro às 7h08min - originalmente, ele estava programado para sair às 6h11min.
O protesto gera efeito cascata nas chegadas, partidas e conexões nos aeroportos do país. Em Porto Alegre, a previsão da Infraero era de que os horários fossem normalizados ao longo da manhã.
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Dos 478 embarques previstos em todo o Brasil até as 8h, 87 decolaram com atraso superior a 30 minutos e 36 foram cancelados - ou 7,5% do total. Às 7h da manhã, a proporção de decolagens atrasadas estava em 9,1% e a de canceladas, em 5,1%.
Os aeroportos mais atingidos, de acordo com dados da Infraero, são o de Congonhas (SP) e o Santos Dumont (RJ). No terminal da capital paulista, 64,8% das decolagens previstas para o dia foram afetadas. Dos 37 embarques agendados, 12 atrasaram e 12 foram cancelados. Já no terminal carioca, dos 26 voos previstos, 7 atrasaram e 8 foram cancelados, o que revela que 57,7% das operações foram afetadas.
A concessionária que administra o aeroporto internacional de Guarulhos informou que das 18 partidas programadas entre 6h e 7h da manhã, 10 tiveram atraso superior a 30 minutos, mas nenhuma foi cancelada. A GRU Airport ainda não tem dados sobre os efeitos da greve nos voos previstos para após as 7h.
Os aeroviários e aeronautas realizaram a operação padrão entre 6h e 7h nos aeroportos de todo o país para reivindicar por aumento salarial. Os trabalhadores foram normalmente para o aeroporto, mas as atividades foram realizadas "lentamente", seguindo à risca os procedimentos determinados - alguns deles "atropelados" ou negligenciados em dias de grande movimento, explicou o Sindicato dos Aeroviário.
Na última reunião com os trabalhadores, realizada na sexta-feira, a entidade propôs 6,5% de reajuste, enquanto as categorias reivindicam 8,5%. O encontro terminou sem acordo entre as partes. Eles farão assembleias às 15h desta quinta-feira nos aeroportos onde houve paralisação para deliberar os rumos do movimento. Até o momento, não há um balanço sobre a adesão de trabalhadores da categoria à paralisação.
Segundo o Sindicato Nacional da Empresas Aeroviarias, não há previsão de novas negociações para os próximos dias. Na tarde de quinta-feira, o os trabalhadores farão uma assembleia para avaliar o impacto da operação e definir os próximos passos.
Veja algumas reivindicações dos trabalhadores:
- 8,5% de reajuste nos salários e nos pisos
- Criação de piso para agente de check-in
- Seguro de vida de 13 mil
- Cesta básica de R$ 326,67
- Creche e/ou escola de educação infantil para filhos de aeroviários e aeroviárias.
- Regularização das horas extras dos aeroviários
*Zero Hora com agências