Foi, conforme todos os registros, a maior manifestação de rua da história da França, superando até mesmo as multidões que comemoraram a libertação de Paris em 1944. Trabalhadores e intelectuais, donas de casa e aposentados, líderes religiosos e artistas, sob pesadas roupas de frio e muitas vezes levando filhos pequenos em carrinhos ou pelas mãos, desfraldaram seu mais vemente repúdio aos atentados de 7, 8 e 9 de janeiro. Muitos levavam um cartaz ou button com a frase "Eu Sou Charlie". Outros preferiram "Eu Sou Ahmed" (em homenagem ao policial muçulmano Ahmed Merabet), "Eu Sou HyperCasher" (referência ao mercado kosher no qual morreram o sequestrador Amedi Coulibaly e quatro vítimas), "Eu Sou Francês". Noite fechada, milhares ainda se concentravam sob o vulto de Marianne, símbolo republicano francês, na Praça da República.
Olhar Global
Luiz Antônio Araujo: "Capital do mundo"
Reduzir o 11 de Janeiro à foto dos líderes mundiais é deixar de ver a floresta para se fixar nos cupins