Tratada pelos profissionais da saúde como a doença que mais mata no Brasil, os casos de infarto têm aumentado entre as pessoas mais jovens, como foi o caso de um homem de Carlos Barbosa na última sexta-feira. Dados do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) apontam que o total de casos registrados por mês no Brasil mais que dobrou nos últimos 15 anos. As internações aumentaram 160% e entre jovens de até 30 anos, o crescimento foi 10% acima da média.
Conforme explica a médica cardiologista e diretora clínica do Hospital da Unimed, em Caxias do Sul, Luciana Isabel Frison Spiazzi, existe uma mudança no perfil epidemiológico da doença.
— Jovens estão morrendo mais precocemente e não existe uma certeza absoluta, mas, muito provavelmente, está ligado a fatores de risco que acometiam mais tarde a população. Por exemplo, o aumento importante do peso corporal, hábitos alimentares, sedentarismo, tabagismo, consumo de drogas, obesidade e estresse contínuo exacerbado que a sociedade está nos impondo hoje — analisa.
De acordo com Luciana, essa mudança já era esperada entre os médicos, porque a classe vem observando a mudança de hábitos há, pelo menos, 20 anos:
— A gente já está vendo isso acontecer, essa piora da qualidade de vida das pessoas e o aumento da frequência dessas doenças. A genética impacta, mas sempre impactou. Então, ela é um fator a mais — pontua.
Para ser relevante, o fator genético depende de aspectos muito específicos, explica a médica. É necessário que a vítima tenha familiares de primeiro grau, principalmente pais, irmãos, avós ou tios, que tenham esse tipo de doença. No caso de homens, com menos de 55 anos, e no caso das mulheres com menos de 60 anos.
Para prevenir, um estilo de vida saudável
Para a médica cardiologista, por ser a doença que mais mata, o infarto é um problema de saúde pública. Por isso, sugere que a conscientização deveria começar na educação nas escolas.
— Deveria ser ensinado nas escolas como se alimentar bem, quais são os alimentos que deveriam ser consumidos, a quantidade. Deveria se começar desde a infância, nas famílias, porque normalmente são hábitos que são cultivados dentro da família. A escola teria esse papel inicialmente e a pessoa deveria crescer sabendo que o sobrepeso, que a falta de exercício, que o excesso de dieta inadequada, drogas, consumo excessivo de álcool, sedentarismo e o estresse geram isso — aponta.
De forma geral, a atenção à alimentação e a prática de exercícios físicos são dicas importantes para prevenir doenças cardíacas como o infarto.
Sintomas
Os sintomas de um infarto podem variar, no entanto, ao sentir dor ou pressão no peito, que pode, também, irradiar para o braço, pescoço, mandíbula ou costas, falta de ar, suor frio, náuseas e tontura é necessário ficar alerta e procurar atendimento médico.
- Dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as costas, rosto, braço esquerdo e, raramente, braço direito. Essa dor costuma ser intensa e prolongada, acompanhada de sensação de peso ou aperto sobre o tórax, provocando suor frio, palidez, falta de ar e sensação de desmaio.
- Em idosos, o principal sintoma do infarto agudo do miocárdio pode ser a falta de ar. A dor também pode ser no abdômen, semelhante a dor de uma gastrite ou esofagite de refluxo, mas é pouco frequente.
- Nos diabéticos e idosos, o infarto também pode ocorrer sem sinais específicos. Por isso, deve-se estar atento a qualquer mal-estar súbito.
*Fonte: Ministério da Saúde