A partir de 27 de novembro, o Hospital Colônia de Itapuã, em Viamão (HCI), abrirá suas portas para contar a história da hanseníase no Estado, doença antigamente chamada de lepra e que era tratada sob total isolamento. O hospital, inaugurado em 1940, hospedou, ao longo de sua história, 1.454 pessoas oriundas de diferentes lugares. Eram tempos de pavor do Mal de Hansen, sem cura até a década de 1970. Naquele tempo, uma moeda própria circulava no local para evitar contágio, fugas eram punidas com encarceramento e bebês acabavam separados das pacientes no momento em que nasciam.
O objetivo do memorial será manter viva a história do hospital. Hoje, há 34 internos no HCI, todos curados da doença e herdeiros de uma dívida financeira e moral que teve de ser paga pelo país. Eles se mantêm com pensões do governo federal, uma tentativa de remediar vidas gastas em confinamentos.
Interior do memorial
Foto: Pablo Medeiros, divulgação
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Para contar essa história, o memorial terá, entre outros objetos da época, equipamentos cirúrgicos, laboratório e até um manequim que simula uma pessoa com hanseníase, conta o diretor-adjunto do Departamento de Coordenação dos Hospitais do Estado, Pablo Medeiros.
- Pessoas da região também doaram objetos daquele período. Assim, o memorial concentrará todo o material histórico em uma área de uns 500 metros quadrados, com uma sala específica sobre hanseníase, fotos e palestras - afirma Medeiros.
A inauguração será às 10h de 27 de novembro. Ainda não estão definidos os horários das visitações, que deverão ser agendadas previamente. O memorial ficará na antiga casa das freiras responsáveis pelo serviço de enfermaria. O hospital fica na Rodovia Frei Pacífico, s/n°, a 60 quilômetros do centro de Porto Alegre.