O Presidente da Assembleia, Gilma Sossela (PDT), considerou exagerada a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que determinou o afastamento do superintendente-geral Arthur Alexandre Souto. O servidor, que coordena a campanha à reeleição do deputado, é suspeito de coagir funcionários a adquirirem ingressos para um churrasco para financiar as atividades eleitorais do parlamentar. O bilhete custava R$ 2,5 mil.
"Se tivéssemos feito alguma pressão, teríamos vendido convites para a maioria das 180 FGs (funções gratificadas) vinculadas à presidência, e não para apenas 20. A realização de jantares para arrecadar dinheiro para campanha é muito comum e honesta", disse.
Segundo o presidente da Assembleia, ninguém foi exonerado por não comprar ingressos. Durante entrevista ao programa Gaúcha Repórter, ele levantou a hipótese de estar sendo vítima de tentativa de armação por parte de servidores de carreira, insatisfeitos com a implantação do ponto eletrônico, que obriga os funcionários a cumprirem a jornada de trabalho.
A suspeita de pressão veio à tona um dia antes do jantar, marcado para o dia 3 de setembro. Funcionários de confiança da presidência da Assembleia denunciaram a coação à Polícia Federal e relataram que estavam sendo ameaçados de perder os cargos de confiança se não adquirissem os convites para o churrasco. Com o afastamento de Arthur Souto, o jornalista Cléber Bertoncello assume o cargo, enquanto a liminar do TRE for mantida.