O mercado de entorpecentes vê em Santa Maria uma cidade em potencial para receber e, principalmente, comercializar drogas. Neste ano, a cidade já contabiliza uma apreensão recorde de entorpecentes: são 466 quilos. Somente na noite dessa terça-feira (16), a Polícia Civil recolheu mais de 150 quilos de maconha. Em 2013, o volume retido foi de 55 quilos, o que corresponde a um aumento de mais de 800%.
Até então, a apreensão mais volumosa registrada na cidade foi em 2012 quando, à época, foram recolhidos 160 quilos de drogas. Os números foram fornecidos pela Delegacia Especializada de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), que está à frente das ações de repressão ao tráfico de entorpecentes.
Localização privilegiada
Para a polícia, a localização geográfica de Santa Maria e a grande demanda por drogas são os fatores que fazem com que o município da Região Central esteja na rota do tráfico estadual. O delegado Sandro Meinerz, titular da Defrec, sustenta que Santa Maria, hoje, é porta de entrada de entorpecentes para outras regiões:
“Santa Maria se tornou, hoje, indiscutivelmente um grande polo distribuidor de drogas. A cidade tem uma posição geográfica privilegiada, o que permite a partir de Santa Maria abastecer as regiões da Fronteira, da Quarta Colônia, de São Gabriel, de Rosário do Sul. Grandes grupos criminosos e associações criminosas, principalmente, da Região Metropolitana estão remetendo drogas para cá para que, então, sejam distribuídas”.
Polícia muda foco e aposta em inteligência
O delegado conta que, neste ano, foram realizadas 12 ações policiais e que resultaram na prisão de 33 pessoas ligadas ao tráfico de drogas da cidade. Entre os presos estão traficantes de médio e de grande porte. Para ele, o elevado número de prisão mostra que a polícia está no caminho certo de forma a reprimir a criminalidade:
“O foco, agora, é investigar o médio e o grande traficante. O objetivo com isso e ao reprimir é causar um colapso, um corte nas redes de abastecimento de drogas desses traficantes. E é, justamente, o que estamos fazendo. Com isso, criamos prejuízos financeiros significativos aos traficantes”.
O tráfico de entorpcente está, invariavelmente, ligado a outros crimes como lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, destaca o delegado.