O sonho ainda é o mesmo: ser o primeiro carro elétrico fabricado no Brasil. Mas o protótipo que pode realizar o desejo do inventor e empresário gaúcho João Alfredo Dresch mudou. Nesta semana, o aposentado, junto com o sócio e engenheiro Marcos Büneker, divulgou as primeiras (e limitadas) informações da segunda geração do JAD.
Com aparência mais esportiva e com o prata substituindo o antigo "vermelho tangerina" da lataria, o carro elétrico ficou maior - embora não tenha deixado de ser "mini". Agora, ao invés de 1,95 metro de comprimento, o veículo de dois lugares tem 2,5 metros, mas continua com 1,20 metro de altura e 1,05 metro de largura. A mudança tem como objetivo facilitar futuras adaptações de baterias, já que anualmente a tecnologia se renova.
O JAD2 (nome do modelo, que vem das iniciais do inventor) também ganhou um motor mais potente (fornecido por uma empresa de Santa Catarina) e uma caixa de transmissão com desenvolvimento próprio. Outros detalhes e modificações são guardados a sete chaves, já que se trata de um projeto inovador e que deve passar a ser fabricado em larga escala em até dois anos.
- Estamos divulgando só uma foto e da traseira do carro, que é pra não mostrar demais, porque o que tem de gente de olho... - deixa no ar o sempre bem humorado Dresch.
Saiba mais
VÍDEO: conheça o primeiro modelo do carro elétrico made in RS
Criador do carro elétrico é multado por estacionar de frente em vaga paralela
Ana Maria Braga não consegue subir ladeira ao testar veículo
- O primeiro modelo nasceu de uma vontade do João de criar um carro elétrico e foi feito todo na prática, com peças prontas. Agora, cada novo detalhe é projetado no computador, simulado e testado - explica Büneker.
Com o novo protótipo pronto, os empreendedores, que já abriram a empresa Precede Automotive, com sede em Teutônia, no Vale do Taquari, estão na fase de estudo de viabilidade econômica.
- Precisamos avaliar, por exemplo, qual o volume de produção, se vale a pena produzir mais para baratear o valor final do carro, para depois ir atrás do governo e dos bancos e negociar o investimento - afirma Büneker.
Depois disso, o próximo passo é definir quais serão os investidores - ou melhor, escolher, porque não foram poucos os interessados, inclusive do Exterior, que procuraram os desenvolvedores desde a publicação da reportagem em Zero Hora, no início deste ano. Depois disso, o invento estampou as principais publicações do setor automotivo do país e foi parar, ao vivo, no programa da Ana Maria Braga, da Rede Globo.
O trabalho de gestão do novo projeto está sendo desenvolvido em Teutônia, enquanto a equipe de engenharia e desenvolvimento está sediada em Caxias do Sul, na Serra, com ajuda da Incubadora Tecnológica da universidade local (UCS). O município que sediará a futura fábrica, no entanto, ainda não foi definido, pois depende do estudo de viabilidade e da definição do investidor.