A rapidez da Polícia Federal no atendimento e recebimento de pedidos de refúgio tem sido o principal motivo da vinda de ganeses à Serra. O entendimento é do chefe da Polícia Federal de Caxias do Sul, Noerci da Silva Melo. Em entrevista ao Gaúcha Repórter desta quarta-feira (09), ele explicou que como a delegacia recebe um número de protocolos maior que outras cidades, os imigrantes recorrem a Caxias para garantir a permanência no Brasil.
Além disso, segundo Noerci, a assistência do Centro de Atendimento ao Migrante e da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores atrai os imigrantes. Eles têm auxiliado os imigrantes no preenchimento dos formulários de pedido de refúgio e com alimentação e hospedagem. A forte economia caxiense também atrai.
Sobre o suposto esquema para trazer ganeses ao Brasil, levantado pela prefeitura de Criciúma, cidade que também tem recebido imigrantes africanos, Noerci diz que a PF investiga, mas ainda não tem nenhuma prova:
"A informação que a gente tem obtido deles é que recebem de alguns ganeses que estão no Brasil há mais tempo auxílio, no sentido de acolhimento, de encaminhamento dos pedidos de refúgio, mas a gente não tem a informação oficial da cobrança de valores em troca deste serviço".
Ao protocolar o pedido de refúgio, os imigrantes podem permanecer no país e obter documentos como carteira de trabalho. Enquanto isso, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, avalia os pedidos, que podem ser aceitos num prazo que varia de 180 dias a dois anos.
Na última semana, Caxias recebeu cerca de 200 ganeses. Nos últimos dois anos, aproximadamente 3 mil haitianos e senegaleses chegaram à cidade. O delegado da PF de Caxias do Sul não tem números dos pedidos deferidos nos últimos tempos, mas acredita que quase todos os protocolos dos haitianos foram deferidos, em função do acordo entre Brasil e Haiti. Os pedidos dos senegaleses também têm sido aceitos.
Gaúcha
Rápido atendimento da Polícia Federal de Caxias atrai imigrantes ganeses
Cerca de 200 africanos chegaram na cidade na última semana
Juliana Bevilaqua
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