Álvaro Andrade
Enviado especial a Faxinalzinho
Caciques de sete aldeias do norte do Rio Grande do Sul, rejeitaram no início da tarde desta quinta-feira (8) a proposta feita pelo Ministério da Justiça para a instituição de uma mesa de diálogo em Brasília no próximo dia 22 de maio. A decisão foi tomada, em assembleia realizada na aldeia Votouro na divisa entre Faxinalzinho e Benjamin Constant do Sul.
Segundo o cacique Eliseu Garcia, as comunidades indígenas consideraram a data muito distante e pedem que reuniões ocorram no Rio Grande do Sul, a partir da próxima semana. "Temos um clima tenso e queremos resolver isso o quanto antes, não podemos mais esperar", disse o cacique.
Da reunião saiu um ofício com o posicionamento oficial, das comunidades indígenas, que será remetido ao Ministério da Justiça. No documento, os caingangues cobram uma resposta até o próximo dia 10, caso contrário prometem retomar as mobilizações no norte gaúcho. "Podem ocorrer novos bloqueios de estradas, ou até mesmo uma marcha a Porto Alegre", alerta Garcia.
Há nove dias não ocorrem aulas nas escolas de Faxinalzinho. A principal ligação da cidade a Erechim e que cruza uma reserva indígena está bloqueada por tempo indeterminado pelos indígenas. Segundo a prefeitura, os alunos só devem retomar as atividades letivas na próxima terça-feira.