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A Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) orientou seus associados, nesta quinta-feira (7), para que suspendam a comercialização do leite da empresa Hollmann, de Imigrante, e da empresa Pavlat, de Paverama. As indústrias envolvidas na adulteração do produto, revelado na Operação Leite Compensado 5, deflagrada hoje, no Vale do Taquari, comercializaram cerca de 1 milhão de litros fora do padrão.
O presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, afirma que o objetivo é garantir a segurança aos consumidores. "Nossa orientação é para retirada imediata dos lotes adulterados, até que estiverem em andamento as investigações e, enquanto houver dúvidas sobre quais são os lotes adulterados”, explica.
Conforme o presidente, os consumidores não enfrentarão dificuldades para se abastecer porque as duas marcas, juntas, representam apenas 5% das vendas de leite no Estado. Ele afirma, ainda, que até agosto, se dá o período de entre-safra do leite, o que deve ocasionar aumento no valor do produto.
Apesar da preocupação da associação, o Ministério Público (MP) informa que os lotes da Pavlat já foram vendidos, apreendidos ou encaminhados para fabricação de derivados, como queijo, iogurte, entre outros. Já com a Hollmann, foi feito análise de leite cru, o que impede o rastreamento dos lotes. Ainda segundo o MP, os agentes permanecem atuando dentro da indústria na testagem do produto que chega e que sai da fábrica, mas a indústria não está interditada, portanto, os produtos que não apresentarem problema poderão ser comercializado normalmente.
Em nota, o Walmart Brasil informou que está retirando, preventivamente, da área de venda de suas lojas no Rio Grande do Sul (BIG, Nacional, Maxxi Atacado e TodoDia) os leites da marca Pavlat. A empresa não comercializa a outra marca envolvida na atual fase da Operação Leite Compensado. A reportagem da Rádio Gaúcha circulou por supermercados da Capital na tarde desta quinta. Em parte deles, o produto já havia sido retirado das prateleiras, outros informaram não trabalhar com a marca. Um deles, tinha duas caixas do produto da Pavlat em uma das estantes.
No fim da tarde desta quinta-feira, a Pavlat divulgou nota sobre a operação do Ministério Público. Leia o documento na íntegra:
"Frente as ações ocorridas na manhã de hoje, 08 de maio de 2014, a Inovare Beneficiadora de Alimentos, detentora da marca PAVLAT, comunica que mantém estreito acompanhamento dos fatos que resultaram na expedição do mandato de prisão contra um de seus diretores.
Ainda sem o conhecimento da denúncia formal por parte de seus advogados, a empresa aguarda para apresentar sua defesa. Entretanto, informações veiculadas na imprensa dão conta de que teria sido comercializados lotes de leite UHT fora dos padrões de acidez, com base em resultados de testes realizados em amostras coletadas em um ponto de venda em Santa Catarina.
Conforme Memorando enviado à empresa pelo MAPA/RS em 29/04/2014, algumas amostras coletadas em Santa Catarina apresentaram resultados fora do padrão para o parâmetro acidez. No documento, pede que sejam apresentados os controles de rastreabilidade dos lotes em questão e realizado o recall dos mesmos. A empresa enviou ofício ao MAPA, com os documentos solicitados e apresentando laudos de análise das contraprovas, que apontaram resultados dentro dos padrões estabelecidos. Esta diferença de resultados nos laudos pode estar relacionado com a estocagem do produto em centro de distribuição ou no ponto de venda. Com relação ao recall, os lotes já se encontravam fora de circulação, pois já havia sido excedido seu prazo de validade.
A Inovare aproveita a oportunidade para reafirmar sua confiança na justiça e no esclarecimento dos fatos a seu justo tempo. Também coloca-se a disposição para dirimir dúvidas, oferecendo os esclarecimentos necessários à imprensa e à comunidade gaúcha, dentro do espírito de transparência que sempre pautaram sua existência."
