Se houve uma grande surpresa no Globo de Ouro deste ano, foi o desempenho da novata Brooklyn Nine-Nine, então há apenas três meses no ar na TV norte-americana. Pouca gente (ou ninguém) apostou suas fichas nessa série, que acabou vencendo nas categorias melhor comédia e melhor ator em comédia (Andy Samberg), desbancando outras escolhas mais óbvias, como The Big Bang Theory, Modern Family, Girls e o multipremiado Jim Parsons (o Sheldon de TBBT).
O fato é que os prêmios colocaram o seriado, merecidamente, no radar de críticos e espectadores. A comédia gira em torno da 99ª delegacia de Polícia de Nova York, no Brooklyn, onde o protagonista, Jake Peralta (Samberg), trabalha como detetive. O alto índice de crimes solucionados leva a crer que ele seja muito profissional, mas a realidade é bem diferente - imaturo, Peralta vive aplicando pegadinhas e resolvendo seus casos de forma irreverente.
Mas ele é apenas o comandante da bagunça, já que o restante da equipe também mostra-se extremamente disfuncional - há os tiras da velha guarda que não fazem nada direito, a policial durona que não consegue sorrir, a detetive CDF e puxa-saco, o colega ingênuo e romântico e a secretária que finge que trabalha.
O reino de Peralta & Cia. é ameaçado quando o capitão que fazia vistas grossas à confusão da delegacia é substituído por outro com o perfil inverso, disciplinador e metódico (Ray Holt, interpretado por Andre Braugher). É a partir daí que a trama se desenvolve com roteiro inteligente e elenco muito competente.
A série também chama a atenção pela diversidade. Entre os personagens principais, estão dois negros (em cargos de chefia) e duas latinas. Sem falar que o capitão Holt é gay - e um dos menos estereotipados gays da TV na atualidade.
Nos Estados Unidos, a primeira temporada de Brooklyn Nine-Nine já acabou - com uma segunda já confirmada. No Brasil, o segundo episódio vai ao ar nesta segunda-feira, às 21h, no canal pago TBS.