A droga conhecida como Midazolam foi encontrada no corpo de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, segundo a Polícia Civil. A informação é do Instituto Geral de Perícias (IGP), que analisou o corpo do menino. A droga é indutora de sono, e serve como sedativo para pré-medicação, indução e manutenção de anestesia.
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Durante entrevista coletiva realizada nesta terça-feira, em Três Passos, no noroeste do Estado, a delegada responsável pelo caso, Caroline Virgínia Bamberg Machado, confirmou a presença da substância no corpo da vítima, mas reitera que não é possível afirmar se a droga foi usada na injeção letal que causou a morte do menino.
- Não podemos dizer em que parte do corpo do Bernardo estava, mas a substância foi encontrada - disse Caroline.
A delegada ainda comentou sobre o depoimento de Edelvania Wirganovicz, assistente social que confessou a participação no assassinato. Segundo Caroline, não há possibilidade do depoimento ser anulado pela polícia, como queria o advogado de defesa.
A entrevista coletiva contou com a participação do chefe da Polícia Civil no Estado, Guilherme Yates Wondracek e, por isso, era esperada alguma manifestação de Wondracek a respeito das declarações do deputado e ouvidor-geral da Assembleia Legislativa, Marlon Santos. O político fez denúncias quanto à atuação da Polícia Civil e do Judiciário no caso Bernardo. Entretanto, apenas foi dito que as declarações não mudavam em nada o comportamento da polícia.
O inquérito policial que investiga a morte de Bernardo Uglione Boldrini já conta com o depoimento de mais de cem pessoas. Também há perícias técnicas prontas e em andamento, segundo afirmou nesta segunda-feira o delegado Emerson Wendt, do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos da Polícia Civil. O delegado está em Três Passos para auxiliar na investigação.
- Acreditamos que vamos concluir o inquérito no prazo (30 dias) - afirmou Wendt.
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Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugolini, 32 anos, para comprar uma TV.
De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.
Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.
Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. Seu corpo foi velado em Santa Maria e sepultado na mesma cidade. No dia 14, foram presos o médico Leandro Boldrini - que tem uma clínica particular em Três Passos e atua no hospital do município -, a madrasta e uma terceira pessoa, identificada como Edelvania Wirganovicz, 40 anos, que colaborou com a identificação do corpo