De acordo com as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), serão 17.530 novas ocorrências de câncer de intestino no Brasil somente neste ano. Esse tipo de tumor já é o segundo mais incidente entre as mulheres (mama é o primeiro) e ocupa a terceira posição entre o público masculino (atrás dos tumores de próstata e de pulmão). Em geral, os sintomas são silenciosos, porém alguns sinais como o aparecimento de sangue nas fezes, em comum com outras doenças do trato digestivo, devem ser investigados assim que descobertos.
Para o médico coloproctologista da Clinionco Rafael Castilho Pinto, a dieta tem influência direta nas estatísticas.
- Talvez o fator mais importante no aumento de casos de câncer de intestino seja a mudança na alimentação ocorrida nas últimas décadas, onde alimentos industrializados e processados, com excesso de carboidratos, gordura, açúcar e aditivos químicos substituíram uma dieta mais natural, com predominância de frutas, verduras e alimentos frescos - afirma.
Outro aspecto na origem do problema é o tabagismo.
- O cigarro é um dos mais potentes e mais comuns carcinogênicos. Para o intestino, praticamente dobra o risco de câncer, principalmente no reto, em pessoas que são fumantes - alerta o especialista.
No Rio Grande do Sul, são esperados 27,43 casos para cada 100 mil habitantes e Porto Alegre tem a previsão de 65,01 ocorrências para cada grupo de 100 mil pessoas, conforme o Inca.
- As chances de cura são de aproximadamente 90% quando se faz o diagnóstico ainda nos estágios mais iniciais - destaca o médico.
Como evitar
O câncer de intestino é um dos tipos de tumores com maior possibilidade de prevenção. O exame de colonoscopia pode detectar e remover as lesões pré-malignas (pólipos) antes da formação de um tumor. É recomendado para pessoas com mais de 50 anos de idade ou, quando há histórico familiar da doença, a partir dos 40 anos. A colonoscopia pode identificar a tempo mais de 50% dos casos em fase inicial, por isso as consultas periódicas com um especialista são fundamentais para a prevenção.
Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes e fibras, com baixa ingestão de alimentos industrializados, gordura animal e embutidos, além de evitar cigarro e bebidas alcoólicas em excesso são recomendações importantes para evitar a doença.
