Eram 9h35min quando PMs de diversos batalhões e policiais civis se perfilaram junto aos mastros fincados numa praça da Vila Pinheiro, uma das 16 que formam o Complexo da Maré. Em uma cerimônia pautada por discursos emocionados e atenta curiosidade dos populares presentes, o major Alex Benevenuto, do Batalhão de Operações Especiais (Bope, a tropa de elite da PM fluminense) hasteou as bandeiras do Brasil e do Rio de Janeiro. Até aquele momento, os mastros estavam vazios, porque as facções criminosas que dominam o local não faziam questão desse tipo de civismo.
- Ocupamos esse território em 15 minutos e o Estado nunca mais vai sair daqui. Isso se deve, em parte, ao trabalho precursor do Bope, que realizou prisões e patrulhamentos esta semana na Maré. Entregaremos semana que vem esta área para o Exército, creio que sem bandidos - comemorou Benevenuto.
Foto: Fernando Gomes/Agência RBS
O fato de o Complexo da Maré ter sido ocupado sem conflito não surpreendeu o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame. Em entrevista coletiva, ele explicou que o próximo passo é tentar cumprir os mandados de prisão e conseguir informações para passar às Forças Armadas, que devem entrar na área em curtíssimo prazo, segundo o secretário.
- Para nós não foi nenhuma surpresa a tranquilidade. Graças a Deus, na maioria das vezes tem sido assim. É uma estratégia que vem dando certo - afirmou Beltrame.
>>>Polícia realiza prisões e apreende 450 quilos de drogas durante ocupação do Complexo da Maré, no Rio