Um novo centro para acolher e orientar mulheres vítimas de violência doméstica foi inaugurado na tarde de ontem em Porto Alegre. O projeto, batizado como Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH), conta com uma equipe multidisciplinar que irá atender também indivíduos que tiveram direitos violados, vítimas de preconceito, intolerância, desrespeito, abusos, maus tratos, negligências e abandono.
A iniciativa, fruto de uma parceria entre a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul (DPE-RS) e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, surgiu a partir da concepção de que a violência, em seus diversos níveis e caráteres, deve ser enfrentada pela Defensoria Pública, explica o defensor público-geral Nilton Arnecke Maria:
- Temos uma demanda muito grande, pois trabalhamos com agressão a vários direitos, como moradia, educação e alimentos. Partindo dessa experiência, percebemos que estávamos tratando somente o problema jurídico, quando também temos de zelar pela conscientização. Entendemos que, além da questão jurídica, devemos fazer as pessoas compreenderem seus direitos, exercitá-los e defendê-los.
As ações do CRDH serão executadas pelos Núcleos de Defesa da Mulher (Nudem) e de Defesa dos Direitos Humanos (Nuddh), além da Defensora Pública responsável pela orientação jurídica das mulheres vítimas de violência doméstica. Todos atendimentos e acompanhamentos são oferecidos gratuitamente à população.
- Queremos incentivar cada vez mais que as pessoas saiam deste ciclo de violência, pois percebemos que muitos acabam retornando ao ambiente de agressão e replicando ele _ afirma Arnecke.
Entre as iniciativas elaboradas pelo projeto estão a terapia em grupo e individual, palestras, grupos de apoio, grupos de discussão, elaboração e distribuição de cartilhas informativas, oficinas de informação e capacitação, programas para articulação e encaminhamentos aos serviços e políticas públicas, entre outras.
Onde fica
Rua Caldas Júnior, nº 352, no Centro Histórico de Porto Alegre.
Equipe
A equipe multidisciplinar será composta por 1 Coordenador, 1 Recepcionista, 3 Defensores Públicos, 1 Psicólogo, 1 Assistente Social, 4 Estagiários e 8 Multiplicadores/Lideranças Comunitárias. Ao todo, 14 pessoas trabalharão diariamente no Centro de Referência.
Atendimentos
Os atendimentos no Centro de Referência em Direitos Humanos serão realizados de segunda à sexta das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30. O CRDH receberá as vítimas em situação de violência por meio de demandas espontâneas ou por encaminhamento de serviços e instituições. A procura poderá ser realizada diretamente na sede do CRDH ou pelo Disque-Acolhimento 0800 6445556
Monitoramento
Todo o atendimento será monitorado por lideranças comunitárias e articulado com a sociedade civil, por meio de trabalhos desenvolvidos por Defensores (as) Legais Populares. A equipe manterá ligação direta com a rede de atendimento à vítima e promoverá o envio de relatórios periódicos, reuniões para avaliação da evolução do caso e, eventualmente, a proposta de novas medidas.