Em junho, os protestos tomaram conta do País. A primeira grande manifestação em Brasília foi durante a abertura da Copa das Confederações, no estádio Mané Garrincha. A equipe esportiva da Rádio Gaúcha participava da cobertura dentro do estádio. Quando os manifestantes se aproximaram do local da partida - entre Brasil e Japão -, houve confronto com a polícia e eu estava do lado de fora. Entrei no ar algumas vezes para relatar o que estava acontecendo. Os policiais dispararam bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Alguns manifestantes ficaram feridos. Muitos pais entraram no estádio com as crianças no colo e cobrindo o rosto dos pequenos para que não inalassem o cheiro do gás.
Ao longo das semanas seguintes, os protestos cresceram e uma cena entrou para a história: os manifestantes subiram até o teto do Congresso Nacional. Eram milhares de pessoas que ocupavam o gramado em frente ao Legislativo e ainda conseguiram acessar a marquise do Congresso, projetando as sombras das pessoas em frente às cúpulas da Câmara e do Senado. Houve confronto com a polícia. Apesar da pressão, os manifestantes não conseguiram entrar no prédio.
“ Eram milhares de pessoas que ocupavam o gramado em frente ao Legislativo e ainda conseguiram acessar a marquise do Congresso”
Em outra manifestação, o cenário foi mais tenso. Houve tentativa de invasão do Palácio do Itamaraty, com vidros quebrados e uma tentativa de colocar fogo no local. A catedral de Brasília foi pichada neste dia.
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