O projeto de criação do Parque Gasômetro - antigo anseio dos moradores do centro de Porto Alegre - será votado na Câmara de Vereadores somente em 2014. A discussão foi retirada da pauta na tarde desta quinta-feira. Com isso, o legislativo, entidades e sociedade terão mais tempo para debater a instituição do espaço na orla do Guaíba.
Os parlamentares chegaram a um consenso, porém, o debate principal ficará em torno de uma emenda da vereadora Sofia Cavedon (PT), que propôs uma ligação do parque com a orla do Guaíba por meio de um rebaixamento da Avenida João Goulart.
Ao todo, serão 38 mil metros quadrados de área verde em um dos cartões postais da cidade. Agora, os políticos correm contra o tempo pensando na Copa do Mundo de 2014, já que o local é uma importante rota para o Estádio Beira-Rio.
O Projeto de Lei Complementar (PLC) 20/2013 estipula como limites do parque as praças Brigadeiro Sampaio e Júlio Mesquita e o espaço que atualmente é de propriedade da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), entre a Rua Washington Luiz e a Avenida João Goulart, em frente à Câmara.
Previsto desde a revisão do Plano Diretor da Capital, em 2009, o parque deveria ter sido concretizado por uma legislação específica. O Executivo, porém, não enviou a proposta para a Câmara, e a discussão acabou voltando com força em abril deste ano, quando foi anunciado o corte de dezenas de árvores para a duplicação da Avenida Beira-Rio. A área afetada era justamente o entorno da Usina do Gasômetro.
Ganho de área é celebrado por idealizadores da obra
Moradores e ecologistas, com apoio do Ministério Público (MP), conseguiram suspender a derrubada das oito árvores da Júlio Mesquita, que integram o projeto original. As demais foram arrancadas ao longo da Beira-Rio.
- Por toda a comoção que houve na cidade, esperávamos uma audiência pública. Porém, fomos derrotados na reunião dos líderes (da Câmara) sobre isso. De qualquer forma, o trabalho apresentado dialoga com as reivindicações da população - ressalta Sofia Cavedon.
Após a definição dos limites do novo parque, serão necessárias duas desapropriações. Uma delas é a da área da CEEE, em processo de tombamento pelo Estado, por ter abrigado a Usina de Gás Carbonado, de 1874, e a outra é a de uma propriedade do Incra e da Escola Porto Alegre para recolher meninos de rua.
- A área total é bem maior do que prevíamos e concordamos com ela. É uma vitória - comemora Jacqueline Sanchotene, coordenadora do Movimento Viva Gasômetro.
Na última fase do projeto, está previsto um concurso público para a escolha dos projetos arquitetônico, urbanístico e ambiental.
Indefinição
Projeto que prevê a criação do Parque Gasômetro em Porto Alegre será votado no ano que vem
Espaço que consta no Plano Diretor foi retirado da pauta na Câmara de Vereadores da Capital
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