Emocionada desde a chegada em São Borja, a viúva de Jango, Maria Thereza Goulart, contou com o amparo da família nesta sexta-feira. Durante o cortejo, a missa e o enterro no Cemitério Jardim da Paz, um dos seus filhos ou netos sempre esteve por perto para consolá-la. Desde o início do dia, estava evitando conversar com a imprensa. Mas, após o segundo sepultamento do ex-presidente, ela aceitou falar. E agradeceu ao povo de São Borja, que demonstrou admiração e respeito pela figura de Jango ao homenageá-lo por todos os lugares onde passou.
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- Eu me senti muito emocionada. Realmente o povo de São Borja recebeu o momento com muito carinho. Foi uma homenagem muito marcante na minha vida. Depois de tantos anos, o povo ainda lembra do meu marido. São Borja está no meu coração - afirmou.
Ao ver centenas de pessoas aplaudindo ou apenas observando em um respeitoso silêncio a passagem do corpo de Jango pelas ruas em caminhão do corpo de bombeiros, a viúva se declarou surpresa. Nas calçadas, esquinas, comércios, casas e janelas, em vários lugares havia gente se despedindo do ex-presidente. A Igreja São Francisco de Borja, onde ocorreu a missa, ficou lotada. O cemitério também reuniu centenas de pessoas. Barrados no portão do cemitério, alguns populares forçaram a passagem. Queriam se aproximar do mausoléu da família Goulart, protegido por bretes. A Brigada Militar acabou liberando a passagem.
- Eu nasci aqui, me criei aqui, eu adoro São Borja, mas não pensei que fosse ser assim. Superou a minha expectativa. Me emocionei de ver o povo na rua - declarou.
Ela considerou importante o processo de exumação e a recepção em solo gaúcho com honras de chefe de Estado.
- É importante o resgate da memória de um presidente que foi injustiçado e que fez tantas coisas bonitas pelo Brasil. Ele foi bom, foi honesto, foi correto e bem intencionado. Foi realmente um resgate muito importante - declarou.
