Murmura-se insistentemente aqui na RBS que a direção irá contratar centenas de jornalistas cubanos.
Desde já, começo a liderar um movimento xenófobo que visa, em primeiro lugar, a abortar a iniciativa.
Se, no entanto, viger a importação de jornalistas para a RBS, liderarei um piquete de jornalistas brasileiros que irá promover um xingamento aos cubanos que estiverem chegando pelo aeroporto Salgado Filho.
Pronunciaremos impropérios aos cubanos que estiverem chegando para ocupar nossos lugares.
E a primeira medida que tomaremos é a de exigir o exame revalida para tornar aptos os jornalistas cubanos a tomar os nossos lugares arduamente conquistados em anos de luta.
O primeiro argumento que usaremos para não sermos substituídos por jornalistas cubanos é o de que eles serão pagos a R$ 10 mil por cabeça e 90% dessa quantia não serão pagos a eles, e sim revertidos para o governo cubano.
Em primeiro lugar, tentaremos enxotar os cubanos, desde nossas manifestações hostis a eles no aeroporto de chegada aqui em POA.
Se não der certo essa primeira iniciativa semibélica, então partiremos para o argumento de que o governo de Cuba está explorando seus filhos que vêm trabalhar aqui no Brasil.
Utilizaremos, além de todo esse aparato belicista, o argumento de que é preciso imediatamente reprovar os jornalistas cubanos nos exames do revalida que vamos impor-lhes.
Se ainda assim não der certo nossa manobra vingativa, então o melhor que teremos a fazer é relaxar e gozar.
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Passando para a questão dos médicos cubanos que estão chegando para trabalhar no Brasil, agora falo sério: é uma espoliação que o governo cubano confisque 90% do que vão ganhar do governo brasileiro, em salários, os médicos cubanos.
Esse salário que o Brasil pagará aos médicos cubanos importados (R$ 10 mil por cabeça) pertence a eles, os médicos cubanos, sendo uma imoralidade que o governo cubano o confisque em 90%.
Dou até uma sugestão ao governo brasileiro: que pague esses 90% salariais por fora aos médicos cubanos, sem comunicar esse detalhe ao governo cubano.
Mas aí tem uma encrenca: se não enviar para o governo cubano esses 90%, ele não permitirá que seus médicos venham ajudar o povo brasileiro.
Bota encrenca nisso!