Cerca de 4,2 mil alunos da rede pública estadual retornarão às aulas neste segundo semestre longe das classes que costumam usar. Pelo menos quatro escolas, em Bagé, Cruz Alta, Caxias do Sul e Guaporé, terão de seguir os estudos em prédios emprestados e improvisados.
Com problemas estruturais na parte central do prédio, falta de Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) e problemas na rede elétrica, a Escola Estadual de Educação Básica Professor Justino Costa Quintana, de Bagé, na Campanha, foi interditada há uma semana, pela 13ª Coordenadoria Regional de Obras (CRE), após parecer do Ministério Público.
A previsão da 13ª CRE, é que as atividades sejam retomadas na próxima segunda-feira, porém, os alunos 1.750 alunos serão divididos em três prédios distintos: parte deve ter aulas na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), parte no prédio da Fundação Bidarte, que é municipal e outros em um prédio que ainda não foi definido. A 13ª CRE tenta viabilizar duas opções: salas de aula na Universidade Região da Campanha (Urcamp) e na faculdade Ideal. A situação dever ser definida até sexta-feira, de acordo com a coordenadora regional de educação, Nádia Messerlian La-bella.
- Desde o ano passado a escola tem buscado melhorias e nada foi feito. O que atrapalha mais é ter que estudar fora do ambiente que a gente já está acostumado - critica a estudante Karla Rodrigues Silveira, 18 anos, que estuda no 3º ano do Ensino Médio.
Em Guaporé parte dos alunos voltou às aulas
Em Guaporé, no Norte, apenas 217 dos 1.030 alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Bandeirante retornaram às aulas na última segunda-feira. O prédio foi interditado no dia 9 de agosto, por problemas na rede elétrica. Alguns pontos do prédio estavam com mau contato e apresentavam riscos aos estudantes e professores.
Os estudantes que voltaram às atividades são do ensino médio noturno e foram alocados na Escola Estadual Doutor Félix. O restante ainda aguarda a definição de um novo local para estudar.
A titular Coordenadoria Regional de Educação de Passo Fundo, Marlene Silva Silvestrin, afirma que os contratos de locação estão prontos. Falta a assinatura do secretário estadual de educação, José Clóvis de Azevedo.
- Os alunos do 1º ao 5º ano deverão ficar em espaços no Seminário Carlista. E os alunos do 6º ao 9º ano em um prédio da Universidade de Caxias do Sul (UCS) na cidade - observa a coordenadora de educação.
A empresa Cidade Projetos e Construções LTDA já foi contratada pelo Estado, em caráter emergencial, sem licitação, para realizar obras no prédio. O valor da obra é de R$ 1.386 milhões, mas ainda não há prazo para início. A expectativa é que a obra inicie na próxima sexta-feira e seja concluída em cinco meses.
Rede elétrica também é problema em Caxias
A Escola Estadual de Ensino Fundamental Dante Marcucci também está com aulas suspensas desde segunda-feira. Na última quinta-feira, o Corpo de Bombeiros expediu um auto de infração informando problemas na rede elétrica do colégio. Na sexta-feira à noite, a energia foi cortada pela RGE. Apesar disso, ontem a escola recebeu os alunos do turno da tarde que compareceram à aulas.
- A escola ainda não está interditada, o que recebemos foi um laudo _ explica a coordenadora da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Cleudete Piccoli.
A Coordenadoria de Educação aguarda uma posição da Secretaria Estadual de Obras e da Coordenadoria Regional de Obras (CRO) sobre as reformas no colégio. Segundo Cleudete, a ordem de início das obras já teria sido determinada pela Secretaria Estadual da Educação. A escola possui cerca de 290 alunos.
Em Cruz Alta situação se arrasta desde abril
Os 1,1 mil alunos da Escola Estadual Margarida Pardelhas, de Cruz Alta, no Noroeste, estão divididos em dois prédios diferentes. Com o prédio principal interditado desde abril deste ano, a escola sofria risco de desabar e tinha pontos energizados. Parte deles tem aula em um prédio da escola que não foi interditado e os demais em salas de aula na Universidade de Cruz Alta (Unicruz), no centro da cidade.
A promessa do Estado é que a estrutura seja demolida e dê lugar a um novo prédio. Porém, até agora, nenhum sinal de obra. Segundo a 9ª Coordenadoria Regional de Educação, a empresa que realizará o projeto do novo prédio aguarda liberação da 9ª Coordenadoria Regional de Obras (CRO) para elaborar o plano. Após este aval, a empresa tem 90 dias para entregar o projeto. E só depois, mediante nova licitação, iniciam as obras em si.