Em breve, lançarei um blog especial na internet que, em suma, será a minha segunda coluna diária. A primeira é esta que você está lendo, a segunda será a do meu blog especial.
Evidentemente que a maioria dos meus leitores de ZH irá correndo para ler meu blog. Ele será inseparável de mim e por isso se tornará inseparável dos meus leitores de ZH.
Em suma, serei duplo. Aqui nesta coluna, escreve o Paulo SantAna. No meu blog, escreverá Pablo.
Eu sou dois. Portanto, se só escrever em ZH, haverá apenas metade de mim. Em suma, cada leitor meu é apenas sua metade. Com meu blog, cada leitor meu se realizará por completo.
O leitor e eu nos realizaremos por completo.
Por sinal, como escreverei abaixo numa história, todos nós somos dois. E muitos de nós nos revelamos como um só, portanto incompletos.
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Há o caso do sujeito que fez uma canalhice comigo.
Ninguém acredita que esse canalha seja canalha. Porque não o conheceram como eu.
O canalha me fez canalhice pelo simples fato de que não soube me invejar em silêncio, e me fez a canalhice.
Ele tem muitos amigos que não sabem que ele é canalha, porque não são invejados por ele.
Mas todo e qualquer canalha é impulsionado à canalhice pelo vírus da canalhice que lhe corre no sangue.
Ele sai às ruas todos os dias pronto a fazer uma canalhice a qualquer pessoa que ele inveje e esteja a seu alcance.
O canalha pode invejar o Chico Buarque, mas como o Chico Buarque não está a seu alcance, ele deixa pra lá.
Mas, no meu caso, eu estava ao alcance do canalha e ele me inveja com todas as suas forças. Para ele, foi só dar um passo e me praticar a canalhice.
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Por que o canalha é cercado por tantas pessoas que não percebem que ele é canalha? Exatamente porque essas pessoas que o cercam não lhe causam inveja, é fácil portanto a essas pessoas acharem que o canalha não é canalha.
Se alguma dessas pessoas que cercam o canalha um dia vier a ser invejada por ele, constatará que ele não passa de um canalha, eis que atacará logo em seguida.
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No momento em que escrevo sobre o canalha, isso o deixa enfurecido.
E eu estou fazendo isso para que ele se enfureça pela segunda vez e me ataque pela segunda vez.
Na vez primeira, o ataque dele não foi esclarecido. Agora, pretendo que seu segundo ataque de canalhice vá às últimas consequências, isto é, desmascare-o completamente. Porque não é bom para a civilidade que um canalha assim solto pela ruas continue não identificado.
E eu decidi que o canalha vai parar de fingir que não é canalha e será exposto à execração pública.
O meu urdido plano já começou a dar certo: vou irritar até a explosão pessoal o canalha pela segunda vez.
Na primeira vez, ele explodiu, mas nos apartaram.
Mas eu garanto que ele não se segura mais, vai me atacar pela segunda vez.
Será o abismo para o canalha. E todo canalha tem curiosidade mórbida pelo abismo.