"Ei! É comigo mesmo. Bem cuidado", anuncia o guardador de veículos, assim que um motorista posiciona seu carro para estacionar no entorno da Praça Japão.
A cena que virou rotina no bairro Boa Vista deveria cessar em 15 de agosto, dia inicialmente previsto para o início do funcionamento da Área Azul. Porém, apesar de as placas estarem instaladas, o serviço ainda não tem data para começar.
A previsão é de que isso ocorra nos primeiros dias de setembro, após o período de divulgação previsto por lei. Enquanto os parquímetros não são instalados, o estacionamento no entorno da praça opõe moradores e trabalhadores da região na discussão sobre o uso do local. O debate teve início há mais de um ano, em meio às definições sobre a obra da trincheira da Rua Anita Garibaldi. Contrários à intervenção e incertos sobre a eficácia dela, moradores do Boa Vista pediram, em uma audiência pública, uma série de medidas compensatórias. Entre elas estava a revitalização da Praça Japão. Além disso, foi requisitada a organização do trânsito na região - o que incluía a adoção do sistema rotativo de estacionamento.
A presidente da Associação dos Moradores da Praça Japão (Ampraja), Anna Luiza Bolognesi, defende que o serviço irá impedir que funcionários de empresas das avenidas Carlos Gomes e Nilo Peçanha deixem seus veículos o dia todo e atrapalhem a rotatividade. Segundo ela, muitos motoristas estacionam de maneira quase permanente e dificultam o acesso de moradores e clientes às suas residências e a estabelecimentos comerciais:
- O parquímetro é ótimo. Terá rodízio e democratizará o espaço. A briga não é pelos carros que estacionam. É para que deem mais importância aos pedestres.
A Ampraja também alega que, no modelo atual, os carros são estacionados em locais irregulares, motos são colocadas sobre as calçadas e alguns moradores enfrentam dificuldade ao saírem de casa e deparar com o portão bloqueado por algum veículo. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) deverá disponibilizar 174 vagas no entorno da Praça Japão e nas alamedas Coelho Neto e Major Francisco Barcelos. As placas já foram fixadas. Durante os próximos dias, funcionários da EPTC intensificarão a divulgação com distribuição de folhetos na região.
O funcionamento dos parquímetros na região
> De segunda a sexta, das 8h às 19h
> Sábados, das 8h às 13h
> Domingos e feriados, livre
> Preço varia de R$ 0,75, por 30 minutos, a R$ 3, por duas horas
> Pode-se usar moedas de qualquer valor
> O tempo de estacionamento será ajustado de acordo com o valor total colocado no parquímetro
