Em meio a diretores, produtores e atores, um novato no mundo do cinema circulou pelo Palácio dos Festivais na noite de domingo. O músico Oswaldo Montenegro veio conferir o 41º Festival de Cinema de Gramado - às vésperas de estrear seu segundo filme como diretor: Solidões, que entra em cartaz no dia 1º de novembro.
O primeiro longa de Montenegro foi Léo e Bia, baseado em um musical dos anos 1980 escrito pelo cantor e compositor a partir de memórias pessoais, que levou os prêmios de melhor trilha sonora (do próprio realizador) e atriz (Paloma Duarte) no festival Cine PE 2010.
Em Solidões, estrelado pela atriz Vanessa Giácomo, Montenegro volta a misturar linguagens: cinema e teatro, musical e documentário, drama e comédia - revisitando a experimentação de Léo e Bia, uma visão bicho-grilo da ditadura brasileira, ambientada entre os atores de um grupo teatral brasiliense no começo da década de 1970.
Zero Hora - Você gostou da experiência de dirigir cinema, né?
Oswaldo Montenegro - Sim, daquele jeito... Meu cinema é muito simples, de liberdade total. Tento contar histórias que sejam inteligentes, que tenham essa coisa metalinguística, mas que todas as pessoas entendam, sem ser hermético.
ZH - Como é a trama de Solidões?
Montenegro - O filme finge ser um filme de episódios, mas na verdade tem uma linha que costura todo ele. Todas as histórias têm em comum personagens que lidam de alguma forma com a solidão. A Vanessa interpreta uma mulher presente em todos os episódios, se não como personagem, pelo menos como narradora.
ZH - Você também atua em Solidões. Como foi?
Montenegro - Foi uma brincadeira, não tenho o direito de dizer que atuei. Faço o papel do demônio. Ele está lá no filme porque morre de saudades de Deus (risos).
Nesta segunda-feira, no Palácio dos Festivais
> 19h - Mostra Competitiva Curtas Brasileiros, com FAROESTE - UM AUTÊNTICO WESTERN, de Wesley Rodrigues, e Mostra Competitiva Longas Estrangeiros, com VENIMOS DE MUY LEJOS (Argentina), de Ricardo Piterbarg
> 21h30 - Mostra Competitiva Curtas Brasileiros, com TOMOU CAFÉ E ESPEROU, de Emiliano Cunha, e Mostra Competitiva Longas Brasileiros, com REVELANDO SEBASTIÃO SALGADO, de Betse de Paula