
Foi cremado, neste domingo, o corpo do psiquiatra, psicanalista e escritor José Ottoni Outeiral. O médico morreu no sábado, aos 65 anos, em Porto Alegre.
Outeiral lutava há aproximadamente três anos contra um câncer pulmonar e, segundo o amigo Teobaldo Thomaz, viveu em boas condições até uns dois meses atrás, quando teve uma intercorrência clínica intestinal. O problema evoluiu para outras complicações, dentre elas uma trombose generalizada e uma embolia pulmonar. Mesmo assim, Outeiral resolveu optar por uma cirurgia e, devido a complicações, não resistiu e morreu em decorrência de um choque séptico, às 17h30min da tarde de sábado.
O médico era membro titular e analista didata da Sociedade Psicanalística de Pelotas e membro convidado da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro, full member da Associação Psicanalítica Internacional (IPA), membro fundador do Centro de Estudos e Pesquisa da Infância e Adolescência (CEAPIA) e ex-professor da Faculdade de Medicina da PUCRS.
Autor de livros e trabalhos publicados no Brasil e no exterior, como "O Adolescente Borderline", "Clínica da Transicionalidade", "Infância e Adolescência" e "Drogas", Outeiral era referência no atendimento a crianças e adolescentes. Seu trabalho sobre o comportamento na adolescência pode ser visto na peça de teatro "Adolescer", baseada no livro de mesmo nome do psiquiatra. Ele ainda mantinha uma coluna mensal sobre filhos no Caderno Vida, um consultório particular e se dedicava a palestras pelo Brasil.
Outeiral tinha como hobby jogar polo. Segundo Thomaz, vai deixar saudades o jeito franco, leal com os amigos, agregador e brincalhão. O médico deixou cinco filhos, Marcelo, Pedro, Felipe, Clarice e Júlia, e a mulher, Magda. O corpo foi velado das 8h às 10h deste domingo. Depois, ocorreu a homenagem de despedida no Crematório Metropolitano São José, em Porto Alegre.