Berenice Dockhorn, 65 anos, costuma viajar ao Exterior. O próximo destino é um desafio: seis meses sozinha em Paris. Ela estuda, se organiza, não larga o dicionário e, na hora H, se despreocupa e vai!
"Tive contato com o francês no Ensino Médio, sempre gostei do idioma. Assistia a filmes, ouvia músicas. No ano passado, comecei a estudar regularmente, para, no ano que vem, viver pelo menos seis meses sozinha em Paris. Eu quero voar as tranças, aproveitar a vida. Em 2010, estive lá com um grupo e eu me virei por mim e por eles, tomei a frente, resolvendo as coisas em francês. Sempre com o dicionário na mão. Mas ainda estou muito presa ao texto. Lá serão situações de ouvinte, e eles falam muito rápido! Mas a vida me ensinou que temos de fazer as coisas por nós mesmos. Ninguém vai fazer por ti. Claro que estudar o idioma regularmente tem por objetivo me dar mais segurança. Na hora H, não me preocupo se estou falando corretamente. Faço gestos, dou um jeito. Me atiro. Se não for assim, as coisas não acontecem."
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Estudar línguas no Exterior exige organizar-se com antecedência
Marcos em evento onde precisou se expressar em inglês em pré-meeting
Foto: Arquivo pessoal
Marcos Weiss Bliacheris, 40 anos, voltou ao estudo regular de inglês para aproveitar melhor oportunidades na carreira. Este ano, encarou dias inteiros falando e ouvindo só inglês durante fórum em Copenhagen, na Dinamarca.
"Eu era o único sul-americano no pré-meeting, realizado em maio, do Global Green Growth Forum, que vai acontecer em outubro. Entre as palestras, havia grupos de debates. Interação em outro idioma o tempo todo. Os sotaques diferentes eram o mais difícil. Eu pedia para repetir mais devagar. Durante um debate, me chamaram para falar. Foi uma surpresa. Tive de improvisar. Fiquei nervoso. Procurei não inventar muito, fiz frases objetivas com os termos técnicos. Em português, falo bastante, às vezes perco o foco. Em inglês, foquei. E evitei as frases longas. Falei por 10 minutos para 200 pessoas. Fiquei feliz com o resultado. Foi uma prova de fogo e uma realização. Fazia quase 20 anos que não estudava inglês regularmente. Em viagens normais eu me viro, mas comecei a sentir falta do idioma para as demandas da minha carreira. Dedicação total é complicado com tantas atividades hoje em dia, mas se a gente quer aquilo, tem de encarar. O erro faz parte do processo."
Michele foi morar em Santa Fé, na Argentina, e aconselha o intercâmbio
Foto: Arquivo pessoal
Michele Mafessoni de Almeida, 22 anos, morou em uma casa de estudante em Santa Fé (Argentina), durante intercâmbio em 2012. Não se acha tímida, mas tem um recado para quem é.
"Na medida em que se aproximava o dia da partida, eu ficava mais ansiosa. Senti angústia por ir morar em outro país, ansiedade para conhecer as pessoas, o lugar. Senti medo de não me adaptar, mas também senti felicidade. Tudo misturado e na velocidade máxima.
O início na casa foi meio estranho, eram 30 estudantes, mas fiz uma família lá. Morro de saudades.A universidade na Argentina foi um dos meus desafios. Outro foi a saudade de casa, que eu vencia com muito skype e umas visitas. É difícil ficar longe das pessoas que amamos, mas vale a pena.
Não cheguei a me apertar nenhuma vez, mas conheço uma galera que chegou sem saber nada. É apertando que se aprende. Não hesite em fazer um intercâmbio. Muita gente sente um medinho de largar tudo e ir para outro país. É normal. Até o desespero da partida é normal, mas depois de dois, três dias, passa. E o que fica é um caminhão de boas experiências. Eu tive uns colegas tímidos, com vergonha de errar, mas isso foi passando. Quem é tímido aí mesmo que tem de fazer um intercâmbio para perder a timidez."
QUIZ ONLINE
ZH propõe questões em inglês, espanhol, francês, alemão e italiano para você testar o seu conhecimento nos idiomas. As situações hipotéticas foram sugeridas aos professores pela reportagem. Alguns deles fizeram ajustes, procurando colocar em teste dúvidas comuns. Outros lembram que interagir de forma adequada em outro país vai além do conhecimento de gramática. Implica conhecer os costumes daquela cultura.
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