A carência de vagas destinadas ao transplante de medula óssea no Rio Grande do Sul motivou a elaboração de um projeto que pretende amenizar o drama: a criação de um novo centro especializado para os procedimentos. O Hospital Regina, em Novo Hamburgo, abrigará o quarto centro de referência em transplante de medula óssea do RS.
Na obra, oito novos leitos serão inaugurados a fim de desafogar a fila de espera, que atualmente é de 47 pessoas no Rio Grande do Sul. O tempo médio de espera também deve diminuir com o investimento, bancado pela mantenedora do hospital, a Associação Congregação de Santa Catarina. Atualmente, a espera pode chegar a até três meses, como no caso do Hospital de Clínicas, na Capital, que é um dos três centros de transplantes em funcionamento atualmente - os outros são o Hospital Santa Clara, do Complexo Santa Casa de Misericórdia, e o Hospital Universitário de Santa Maria.
O orçamento da obra chega a R$ 3 milhões, e o projeto já foi encaminhado para a Vigilância Sanitária na semana passada. Antes, o hospital já havia pedido à Secretaria da Saúde do Estado, no ano passado, o aval de liberação.
A construção do centro de referência deve começar no final deste ano e os pacientes do SUS não devem ter leitos, segundo a diretora Josiane Kremer.
- Já enviamos a solicitação de autorização para os órgãos competentes. Entre dezembro e março do ano que vem, devemos iniciar a construção. Ela vai levar 60 dias para estar concluída, e os leitos, em princípio, não terão vinculação com a rede pública - explicou a gestora do Hospital Regina.
Hospital Regina não deve resolver principal problema
Embora seja urgente o aumento do número de vagas para transplantes, a presidente da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea e coordenadora do setor no Hospital de Clínicas, Lúcia Silla, diz que o Hospital Regina não vai solucionar o maior problema da área.
- Eles farão o transplante autólogo (onde a medula óssea ou as células tronco são retiradas do próprio paciente), esse é um procedimento simples. O nosso maior desafio é investir no transplante de sangue de cordão umbilical e no de doadores que não são da família - afirma a especialista.
Segundo a Central de Transplantes, a instituição é a única com pedido de autorização para realizar transplantes de medula óssea no Estado. No mês passado, profissionais do órgão realizaram uma visita técnica ao local.
Conforme a central, foram sugeridas algumas adequações para que a instituição abrigue o novo centro, e uma nova visita deve ser realizada. Após a aprovação do Estado, o projeto é encaminhado ao Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, responsável pela autorização.