Asilo é interditado por falhas na estrutura e no atendimento em Passo Fundo

Falhas na estrutura e no atendimento de um asilo particular em Passo Fundo, no norte do Estrado, levaram o Ministério Público a pedir a interdição do local. Quatros úmidos, comida inadequada e equipe reduzida foram os principais problemas apontados pelo MP na residência, que abrigava 18 idosos. O órgão ainda investigará uma denúncia de demora no atendimento a uma idosa, ferida durante uma queda.

A Casa de Idosos Thaylow, no bairro Lucas Araújo, foi interditada na manhã desta quinta-feira, por ordem judicial. Conforme o promotor Paulo Cirne, a Justiça acatou o pedido do MP na semana passada:

- Acompanhamos esta casa há anos e já havia até uma ação judicial para a solução dos problemas. Como nada foi feito, decidimos pedir a interdição.

O promotor afirma que os idosos não recebiam a alimentação indicada no cardápio da instituição e que, em uma visita, chegou a encontrar comida estragada na geladeira do local. Segundo ele, um dos idosos relatou que comia carne apenas de 15 em 15 dias, embora houvesse diariamente no cardápio. Outra falha no atendimento apontada pelo MP foi a equipe reduzida para atender os idosos. O familiar de um acolhido afirmou que apenas uma pessoa passava as noites no local.

Entre as principais falhas na estrutura, o MP apontou as más condições dos quartos, que eram úmidos, e os degraus para chegar ao refeitório.

- Estas casas não podem ter degraus. É uma dificuldade para a maioria dos idosos - relata o promotor.

A higiene do local também apresentava problemas. Segundo o promotor, o abrigo ainda tinha falhas na documentação, como o alvará sanitário vencido.

As famílias dos idosos foram avisadas da interdição e puderam optar por encaminhar os parentes a outros asilos ou os acolher em casa.

A proprietária do local, Helena de Oliveira, afirmou que a casa foi interditada por estar com um alvará vencido, mas se recusou a dar entrevista.

Idosa foi encaminhada para o hospital

Uma das idosas acolhidas pela casa teve de ser encaminhada para o hospital. Quando o pintor Ademar Tolotti, 47 anos, chegou ao local,  por volta das 10h, para buscar a mãe, Antônia Tolotti, 82 anos, a encontrou com muitas dores no corpo, devido a uma queda, que teria ocorrido na madrugada. A proprietária do asilo teria acionado socorro apenas pela manhã.

O filho ainda teve de peregrinar pelos hospitais de Passo Fundo a espera de atendimento para a mãe. O pintor conta que tentou atendimento em duas instituições e, na terceira, a idosa ainda teve de esperar mais de duas horas, devido à superlotação das emergências.

- Ela ficou na ambulância gemendo de dor - relata o filho.

Ele afirma que a encaminhou para o abrigo há três meses e que ficou surpreendido com a interdição, pois não sabia das irregularidades. O MP vai investigar a denúncia de demora do asilo em acionar o socorro.