Espera aí um pouco, que alguém está usando mal esta coluna, tentando me enganar.
O presidente da Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição, Arlindo Nelson Ritter, mandou e-mail para esta coluna, o qual publiquei na terça-feira passada, em que declarou que foram 17 casos de infecção hospitalar no GHC em 2011. E que em 2012 subiram para 177 os casos dessa infecção. E mais: que em 2013 já se vão 25 casos de infecção hospitalar por mês. Serão, em média, 300 este ano.
Tudo bem, acreditei e publiquei. Afinal, tem de merecer respeito um dirigente sindical.
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Só que, como tenho certa precaução com quem possa querer usar esta coluna para fins escusos, escrevi que esta coluna estava à disposição da direção do Grupo Hospitalar Conceição para refutar ou confirmar aqueles dados.
E o Dr. Renato Cassol, médico infectologista autorizado pela alta direção do GHC, mandou-me dizer agora que em 2011 foram oito casos de infecção hospitalar, em 2012 houve 34 casos e, em 2013, apenas sete casos de infecção hospitalar.
Como se vê, alguém está faltando com a verdade. O dirigente sindical informa que houve um número muito maior e assustador de casos de infecção hospitalar do que informa a direção do Grupo.
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Eu não posso acreditar que o dirigente sindical tenha mentido e inventado dados para prestigiar seu mandato no sindicato.
Não posso acreditar que tenha usado esta coluna para mentir e se autopromover.
Mas alguém está mentindo. Não há coisa que possa mais irritar e revoltar um jornalista do que mentirem para ele em serviço.
Isso vai ter de ser esclarecido. Alguém eu pego com a mão na botija, é muito grande a diferença dos dados de um para outro, os do sindicato e os da direção do Grupo.
Eu intimo para que os dois se reúnam e tragam para mim dados comuns e verdadeiros.
Se não se reunirem, eu não publico mais nada e juro que palavras de sindicato, seja de empregados ou de patrões, nunca mais, mas nunca mais mesmo, aparecerão em minha coluna.
Reúnam-se e voltem para esta coluna amparados em um consenso.
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O governo federal manifestou a intenção de trazer 6 mil médicos de Cuba para fazer saúde em lugares afastados do Brasil, onde médico brasileiro nenhum quer ir.
O governo está atendendo a um pedido insistente do Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), que veicula há anos nas rádios um de seus slogans: "Não se faz saúde sem médicos".
Pois, então, vêm 6 mil médicos para fazer medicina em locais afastados do Brasil onde os médicos brasileiros nem pensam em chegar um dia.
O Cremers não pode ser contra essa medida, por coerência.
Se os médicos brasileiros se recusam a trabalhar no Tocantins, no Acre, na Amazônia, imperioso que se importem médicos cubanos para essa ingrata tarefa.
O Cremers não pode reclamar, só pode chiar.