Será uma oportunidade e tanto para reescrever parte da história brasileira. Exames realizados pela historiadora e arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel nos restos mortais do Imperador Dom Pedro I e de suas duas mulheres, as imperatrizes Dona Leopoldina e Dona Amélia, permitirão conhecer novos detalhes sobre as vidas destes personagens históricos.
Conforme reportagem publicada no site do jornal O Estado de S.Paulo, o trabalho foi feito entre fevereiro e setembro do ano passado, em sigilo, e contou com participação da Universidade de São Paulo (USP).
Uma das descobertas mais impressionantes foi a de que Dona Amélia de Leuchetenberg, morta em 1876, em Lisboa, foi mumificada. O processo preservou aspectos como a pele - agora enegrecida -, cabelos, cílios, unhas, globos oculares e até o útero da imperatriz. No caixão, ela segurava um crucifixo de madeira e metal.
- É uma das múmias em melhor estado de conservação já encontradas no país. Agora, precisamos pesquisar para entender exatamente por que ela ficou assim e, mais importante ainda, compreender melhor quem foi essa mulher, uma imperatriz esquecida na história do Brasil - afirmou a arqueóloga em entrevista ao Estado de S.Paulo.
Depois de exumados, os corpos de Dom Pedro I e das imperatrizes passaram por exames. Entre as descobertas em torno do imperador, que morreu de tuberculose, aos 36 anos, em 1834, está a de que ele teve quatro costelas fraturadas do lado esquerdo. Ele teria entre 1m66cm e 1m73cm.
O estudo também desmente uma suposta queda da imperatriz Dona Leopoldina no palácio da Quinta da Boa Vista, que teria lhe causado uma fratura no fêmur. Segundo exames no Instituto de Radiologia da USP, ela não teve fraturas nos ossos.
Os restos mortais exumados estavam na cripta imperial do Parque da Independência, em São Paulo. Em 2010, Valdirene Ambiel teve autorização de descendentes da família real para estudar os corpos. Em três madrugadas, o trio imperial foi cuidadosamente transportado até a Faculdade de Medicina da USP.
- O material coletado será útil para que as pesquisas continuem em diversas áreas ao longo dos próximos anos - disse Valdirene.