Ex-diretor do Hospital Penitenciário, em Porto Alegre, Claudinei Carlos dos Santos morreu na madrugada desta segunda-feira, aos 64 anos. Em 1994, ele foi um dos personagens do motim de detentos que teve como desfecho a invasão do Hotel Plaza São Rafael, no centro da Capital. Ele e seu filho, o agente penitenciário Edilei Souza dos Santos, foram mantidos reféns pelos bandidos e acabaram baleados durante perseguição policial. Santos ficou paraplégico devido aos tiros.
Claudinei morreu às 4h, no Hospital São Francisco da Santa Casa. Ele estava internado desde o dia 6 de dezembro, quando teve uma parada cardiorrespiratória que agravou outros problemas de saúde. Ele deixa a mulher, Maria Edir, e os filhos, Edilei e Franciele.
Parte do velório ocorre nesta segunda-feira, às 19h, no Cemitério Parque Saint Hilaire, em Viamão. O corpo também será velado nesta terça, na Capela Santa Helena, em Gravataí, a partir das 10h30min. O sepultamento será às 15h, no Cemitério Central de Gravataí.
O motim
Em 7 de julho de 1994, no Hospital Penitenciário, um prédio anexo ao Presídio Central, seis presos, liderados por Fernando Rodolfo Dias, o Fernandinho, transformaram 27 pessoas em reféns. O grupo exigiu a presença de mais quatro presos e recebeu três automóveis para fugir.
Foram escolhidos 10 reféns, entre os quais Claudinei e Edilei, para acompanhá-los.
Claudinei foi levado no carro onde estavam os presos Fernandinho, Melara, Linn e Carlos Jefferson dos Santos, o Bicudo, e mais duas reféns, rumo ao bairro Petrópolis. Na esquina das ruas Ivo Corseul e Sacadura Cabral, o veículo sofreu uma pane. Bicudo, que estava na direção, fugiu a pé. Claudinei, a mando dos outros fugitivos, tentou assumir o volante.
Porém, num tiroteio entre os criminosos e os policiais, o então diretor foi baleado nas costas. Sem poder se mover, pediu para que o retirassem do carro. Atingido nos pulmões e na espinha, permaneceu algum tempo estatelado ao lado do Gol.
Devido ao tiro, Claudinei ficou paraplégico. O motim teve seu desfecho no Hotel Plaza São Rafael, no Centro, que foi invadido pelo grupo liderado por Melara, num táxi, na noite do dia 8. Melara e Fernandinho, com três reféns, se entregaram na tarde seguinte. Linn foi morto.
Em 1999, o Estado foi condenado a pagar uma indenização de R$ 1 milhão ao ex-diretor do Hospital Penitenciário e a seu filho por danos morais. Segundo a família, a indenização não foi paga.