De principal fórum do cinema brasileiro a evento turístico estimulado pelo trânsito de famosos na cidade serrana, as percepções sobre a representatividade do Festival de Gramado foram de um extremo ao outro desde a primeira edição, em janeiro de 1973. Entre as considerações de admiradores e detratores, existe a larga faixa pela qual o evento trilhou nestas quatro décadas, buscando equilibrar sua vocação artística e mundana - as duas faces, diga-se, de todo grande festival de cinema do mundo.
É uma trajetória que, analisada em conjunto e sob a perspectiva das mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais que o Brasil viveu nesse período, tem muita relevância. Propiciar a visão histórica do festival é o objetivo do resumo ano a ano, destacando os filmes vencedores, nesta página e na seguinte.
À época da ditadura, Gramado foi palco de resistência à censura e da livre manifestação do pensamento que inflamou debates memoráveis. Ali nasceu uma geração de realizadores que colocou o Rio Grande do Sul no mapa audiovisual do país. Na crise que aniquilou a produção nacional, Gramado tornou-se a porta de entrada no Brasil da produção latino-americana. Próximo do fundo do poço, com a baixa qualidade da maioria de seus filmes e a onipresença de subcelebridades alheias ao mundo do cinema, uma sacudida geral buscou estancar a queda livre. Em 2006, com a ideia de fazer o evento retomar sua rota, foram contratados como curadores os cariocas José Carlos Avellar e Sérgio Sanz.
Em 2012, o Festival de Gramado celebra, a partir da próxima sexta-feira, a sua 40ª edição. Agora sob nova administração curatorial, assinada por Rubens Ewald Filho, José Wilker e Marcos Santuário, e gerencial, busca-se colocar em ordem também os problemas legais que se tornaram elemento de tensão no roteiro do evento nos últimos anos.
A seleção de filmes de 2012 gera boa expectativa, e a programação paralela tem como destaques o lançamento de 360, o novo filme de Fernando Meirelles, e a presença de grandes cineastas entre os homenageados, como o brasileiro Arnaldo Jabor e o argentino Juan José Campanella. Se os 40 anos são os novos 20, quem sabe o Festival de Gramado volte a mostrar o fôlego de quem está começando, a disposição ao risco e a ousadia dos que aprendem com os erros para seguir em frente.
Confira a retrsospectiva das edições passadas:
Parte 1: década de 1970
Sede do festival em 1974 e retratos dos tempos de festival no verão - à direita, o topless da atriz Nídia de Paula em 1973
1973: "Toda Nudez Será Castigada", de Arnaldo Jabor
A consagração desta adaptação da peça de Nelson Rodrigues desafiou a censura da ditadura militar e ajudou a consolidar Gramado como o principal palco do cinema nacional. Na sequência, o filme teve sua exibição comercial proibida Brasil por ser "dotado de alto teor pornográfico", segundo os censores. A liberação, com cortes, veio após Jabor conquistar, meses depois, o Urso de Prata no Festival de Berlim "por sua admirável apresentação de conteúdo social em forma burlesca". O lado mundano e transgressor de Gramado ganha como marca beldades fazendo topless nas piscinas dos hotéis - até 1983, o festival foi realizado durante o verão.
1974: "Vai Trabalhar Vagabundo", de Hugo Carvana
O primeiro longa gaúcho a disputar o Kikito de melhor filme foi Um Homem Tem de Ser Morto, da Davide Quintans. Outro longa realizado no Estado, Pontal da Solidão, de Alberto Ruschel, foi exibido fora de competição. Nesta edição, teve início a competição de curtas-metragens.
1975: "O Amuleto de Ogum", de Nelson Pereira dos Santos
O cineasta paulista tinha uma ligação afetiva com o Rio Grande do Sul, sempre destacando que foi no Estado que exibiu, pela primeira vez ao público, seu clássico Rio 40 Graus (1955), marco do cinema nacional.
1976: "O Predileto", de Roberto Palmari
Apesar de não ser um título muito conhecido da cinematografia nacional, o drama acumulou prêmios e fez um público estimado de 850 mil pessoas.
1977: "À Flor da Pele", de Francisco Ramalho Júnior
A trajetória de Dona Flor e Seus Dois Maridos começou em Gramado. O filme foi o maior sucesso de público do cinema brasileiro - com 10,7 milhões de espectadores - até ser superado, em 2010, por Tropa de Elite 2. Bruno Barreto, eleito o melhor diretor do festival neste ano, teve seu longa exibido em uma versão sem os cortes que marcaram sua chegada ao circuito comercial. Nesta edição, também teve início a mostra competitiva de Super-8, bitola que revelaria uma nova geração de cineastas gaúchos.
1978: "Doramundo", de João Batista de Andrade
Outro título importante do cinema nacional também foi exibido nesse ano: Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia, de Hector Babenco, que valeu o Kikito de melhor ator a Reginaldo Faria.
1979: "Raoni", de Luiz Carlos Saldanha e Jean Pierre Dutilleux
O filme Os Muckers, adaptação de uma história real ocorrida no Estado (a mesma que seria posteriormente mostrada no filme Paixão de Jacobina), valeu o Kikito de direção a Jorge Bodansky e Wolf Gauer e o de atriz a Marlise Saueressig.
Parte 2: década de 1980
Chico Buarque e sua então esposa Marieta Severo em 1986, a vitória de Ilha das Flores em 89 e Eva Wilma e Carlos Zara em 82
1980: "Gaijin - Caminhos da Liberdade", de Tizuka Yamasaki
Ambientado no pampa gaúcho, A Intrusa valeu a Carlos Hugo Christensen o troféu de melhor direção e a José de Abreu o de melhor ator. Durante a exibição de Os Sete Gatinhos, de Neville D'Almeida, teve gente se retirando da plateia xingando o filme de "pornográfico".
1981: "Cabaret Mineiro", de Carlos Alberto Prates Correia
Além da presença de títulos como O Homem Que Virou Suco, de João Batista de Andrade, e Eu Te Amo, de Arnaldo Jabor, uma das sensações do festival foi um longa gaúcho exibido na mostra de Super-8: Deu Pra Ti Anos 70, de Giba Assis Brasil e Nelson Nadotti.
1982: "Pra Frente Brasil", de Roberto Farias
Dias depois de sua consagração no Festival de Gramado, o filme teve sua exibição proibida pela censura da ditadura. O longa, que tem como protagonista um homem torturado pelos militares na Copa do Mundo de 1970, proporcionou um dos mais inflamados debates da história do festival.
1983: "Sargento Getúlio", de Hermano Penna
Lima Duarte venceu como ator por este que é considerado seu melhor trabalho no cinema.
1984: "O Baiano Fantasma", de Denoy de Oliveira
Duas premiações secundárias marcaram esta edição. O Prêmio Revelação foi dado a Verdes Anos, de Carlos Gerbase e Giba Assis Brasil, primeiro longa em 35mm de dois nomes que despontavam à frente do cinema gaúcho. Uma menção honrosa sublinhou a presença na competição de Extremos do Prazer, de Carlos Reichenbach. A inclusão deste filme na disputa redeu polêmica, pelo histórico do realizador no cinema marginal da chamada Boca do Lixo de São Paulo, mas a sessão terminou sob aplausos e consolidou Carlão como um dos grandes cineastas do país - em 1986, ele venceria como melhor diretor por Filme Demência e, no ano seguinte, Anjos do Arrabalde levou o Kikito de melhor filme.
1985: "A Marvada Carne', de André Klotzel
Ganhou lançamento no circuito internacional em 1987, após Fernanda Torres, Kikito de melhor atriz, ser premiada no Festival de Cannes de 1986 por Eu Sei que Vou te Amar, de Arnaldo Jabor - exibido pela primeira vez no Festival de Gramado um mês antes do evento francês.
1986: "O Homem da Capa Preta", de Sérgio Rezende
Na mostra gaúcha de curtas, o vencedor foi O Dia em Que Dorival Encarou a Guarda, de José Pedro Goulart e Jorge Furtado, filme reverenciado como um pequeno grande clássico.
1987: "Anjos do Arrabalde", de Carlos Reichenbach
Tom Jobim foi premiado pela trilha de Fonte da Saudade, de Marco Altberg. Um reforma aumentou a capacidade do Cine Embaixador, que passou de 600 para 1,1 mil lugares e virou Palácio dos Festivais.
1988: "A Dama do Cine Shangai", de Guilherme de Almeida Prado
O curta gaúcho A Voz da Felicidade, de Nelson Nadotti, vence a mostra nacional, conquistando ainda os prêmios de ator (Pedro Santos) e atriz (Isabel Ribeiro). A categoria contou ainda com outra produção local: Barbosa, de Jorge Furtado e Ana Luiza Azevedo.
1989: "Festa", de Ugo Giorgetti
O grande assunto do festival foi a apoteótica sessão do curta gaúcho Ilha das Flores, vencedor da mostra nacional. Começava a aclamada trajetória internacional do filme de Jorge Furtado, chancelada, no ano seguinte, com o Urso de Prata no Festival de Berlim. O curta foi considerado, por muitos críticos, o melhor de todo o festival, inclusive entre os longas, e um novo marco do cinema nacional.
Parte 3: década de 1990
O cineasta italiano Michelangelo Antonioni foi a grande atração da edição de 1994
1990: "Stelinha", de Miguel Faria Jr.
Ano em que foi instituído o Troféu Oscarito, entregue a Grande Otelo.
1991: "Não Quero Falar Sobre Isso Agora", de Mauro Farias
Antecipando a internacionalização do festival, em decorrência da extinção da Embrafilme pelo governo Collor, é realizada uma mostra paralela incluindo filmes latino-americanos e Shakha Proshakha, penúltimo longa do aclamado realizador indiano Satyajit Ray.
1992: "Técnicas de Duelo", de Sergio Cabrera (Colômbia)
Em sua 20ª edição, Gramado torna-se um festival ibero-americano. Três longas brasileiros disputam prêmios com produções assinadas, entre outros, pelo espanhol Pedro Almodóvar (De Salto Alto), eleito melhor diretor, e pelo argentino Fernando Solanas (A Viagem). Musa de Almodóvar, Marisa Paredes subiu ao palco para receber o Kikito de melhor atriz. Outro ponto alto foi a sessão especial de O Pagador de Promessas (1962), com presença do diretor Anselmo Duarte e elenco, homenageados pelos então 30 anos da histórica conquista da Palma de Ouro em Cannes.
1993: "Um Lugar no Mundo", de Adolfo Aristarain (Argentina)
A programação teve apenas um filme nacional, Capitalismo Selvagem, de André Klotzel, e um longa mexicano que faria sucesso no Brasil, Como Água Para Chocolate, de Alfonso Arau. Vencedora como atriz coadjuvante por este filme, Claudette Maile causou frisson na Serra ao reproduzir para os fotógrafos uma cena em que aparecia nua sobre um cavalo. Quem também andou pelo festival foi o garoto Salvatore Cascio (de Cinema Paradiso), do longa italiano Sopro de Vida.
1994: "Morango e Chocolate", de Tomás Gutiérrez Alea e Juan Carlos Tabío (Cuba)
O longa de animação gaúcho Rocky & Hudson, de Otto Guerra, participou da mostra competitiva, que reuniu filmes de países como Argentina, Itália, França e Espanha. A grande atração foi a presença do mestre italiano Michelangelo Antonioni, que participou da sessão especial com um curta que havia realizado para a Copa do Mundo da Itália e com uma de suas obras-primas, A Noite (1961).
1995: "Amnésia", de Gonzalo Justiniano (Chile)
Diretores como o italiano Franco Zeffirelli e o francês Bertrand Tavernier tiveram filmes na mostra competitiva. Fora de concurso, foi apresentado o brasileiro O Quatrilho, de Fábio Barreto, rodado na serra gaúcha e que no ano seguinte disputaria o Oscar de filme estrangeiro. A presença internacional de destaque foi a eterna diva do cinema italiano Gina Lollobrigida.
1996: "Quem Matou Pixote?", de José Joffily (Brasil), e "Guantanamera", de Tomás Gutiérrez Alea e Juan Carlos Tabío (Cuba)
O festival separa em categorias distintas filmes brasileiros e latinos. Circularam por Gramado Faye Dunaway (estrela americana de clássicos como Bonnie & Clyde e Chinatown) e Ana Torrent (espanhola revelada quando criança em filmes como Cria Cuervos, de 1976). Ana estrelava o longa espanhol Morte ao Vivo, do diretor Alejandro Amenábar, que ficaria internacionalmente conhecido por obras como Os Outros (2001) e Mar Adentro (2004).
1997: "For All - O Trampolim da Vitória", de Luiz Carlos Lacerda e Buza Ferraz (Brasil), e "O Testamento do Senhor Napomuceno", de Francisco Manso (Portugal)
O longa gaúcho Anahy de las Misiones, de Sérgio Silva, é exibido fora de competição no festival.
1998: "Pizza, Birra, Faso", de Bruno Stagnaro e Israel Caetano (Argentina)
A competição volta a ser unificada. O chileno Andrés Wood, que está atualmente em cartaz na Capital com Violeta Foi para o Céu, disputou a mostra com Histórias de Futebol.
1999: "A Sombra dos Abutres", de Leonel Vieira (Portugal)
Na programação, um filme se tornou obra de culto - o argentino Os Amantes do Círculo Polar, de Julio Medem, vencedor dos prêmio de direção, júri popular e crítica. Na competição de curtas, Fernando Meirelles dava seus primeiros passos ganhando os prêmios de melhor filme e direção com E no Meio Passa um Trem, assinado com Nando Olival.
Parte 4: décadas de 2000 e 2010
Renato Aragão, Fernanda Montenegro, Fernanda Vasconcellos, Lima Duarte e Herson Capri, Cauã Reymond e Maria Fernanda Cândido e Camila Pitanga
2000: "Pantaleão e as Visitadoras", de Francisco Lombardi (Peru)O filme peruano ganhou também os Kikitos de direção e ator (Salvador del Solar), ofuscando uma dupla que logo faria história: Juan José Campanella e Ricardo Darín, diretor e ator argentinos que disputavam com O Mesmo Amor, a Mesma Chuva. Eles se consagrariam com o Oscar de filme estrangeiro conquistado em 2010 por O Segredo de Seus Olhos.
2001: "Um Amor de Borges", de Javier Torre (Argentina), e "Memórias Póstumas", de André Klotzel (Brasil)
A disputa é novamente separada entre nacionais e latinos. O longa gaúcho Netto Perde Sua Alma, de Beto Souza e Tabajara Ruas, ganha o prêmio especial do júri, além dos troféus do júri popular, de montagem e música.
2002: "Durval Discos", de Anna Muylaert (Brasil), "La Perdición de Los Hombres", de Arturo Ripstein (México/Espanha), e "Edifício Master" (documentário)
A mostra latina conta com O Filho da Noiva, de Juan José Campanella, estrelado por Ricardo Darín. É criada a competição de documentários nacionais, vencida pelo antológico Edifício Master, de Eduardo Coutinho.
2003: "De Passagem", de Ricardo Elias (Brasil), "Segunda-Feira ao Sol", de Fernando Leon de Aranoa (Espanha), e "À Margem da Imagem", de Evaldo Mocarzel (documentário)
Os prêmios de atuação masculina destacam Marcelo Serrado, pelo longa gaúcho Noite de São João, de Sérgio Silva, e o espanhol Javier Bardem, por Segunda-Feira ao Sol.
2004: "Vida de Menina", de Helena Solberg (Brasil), "Whisky", de Juan Pablo Rabello e Pablo Stoll (Uruguai), e "O Cárcere e a Rua", de Liliana Sulzbach (documentário)
O festival foi marcado por duas polêmicas. Por entender como preconceituosa uma declaração do presidente do júri, Rubens Ewald Filho, o diretor Joel Zito Araújo e o premiado elenco de Filhas do Vento (todos negros, como o cineasta) ameaçaram devolver os Kikitos conquistados. A Polícia Federal apreende documentos da prestação de contas em investigação de irregularidades no uso de verbas públicas.
2005: "Gaijin - Ama me Como Sou", de Tizuka Yamasaki (Brasil), "Un Mundo Menos Peor", de Alejandro Agresti (Argentina), e "Soy Cuba, o Mamute Siberiano", de Vicente Ferraz
Três longas gaúchos na disputa: O Cerro do Jarau, de Beto Souza, Diário de Um Novo Mundo, de Paulo Nascimento, e Sal de Prata, de Carlos Gerbase. A consagradora carreira de 2 Filhos de Francisco teve com primeira parada a sessão especial em Gramado - Zezé Di Camargo e Luciano provocaram enorme alarido no tapete vermelho.
2006: "Serras da Desordem", de Andrea Tonacci, "Anjos do Sol", de Rudi Lagemann, e "El Violin" (México), de Francisco Vargas Quevedo
Criticado pela qualidade da programação e por ter deixado o cinema à sombra do desfile de celebridades, o festival anuncia mudanças. Foram contratados como curadores os cariocas José Carlos Avellar, crítico de cinema, e Sérgio Sanz, documentarista. A dupla busca um perfil mais autoral e temático. São anunciadas mudanças como fim exigência do ineditismo apenas no circuito gaúcho, a união das categorias ficção e documentário nacionais e a retirada dos curtas da programação noturna (eles estão de volta em 2012).
2007: "Castelar e Nelson Dantas no Pais dos Generais", de Carlos Alberto Prates Correia (Brasil), e "Nacido y Criado" de Pablo Trapero (Argentina)
O longa gaúcho em competição é Valsa Para Bruno Stein, de Paulo Nascimento, que vale à Ingra Liberato o Kikito de melhor atriz. Embora a vitória de Trapero, também como diretor, tenha reconhecido um dos grandes cineastas argentinos em atividade (posteriormente ele fez Leonera e Abutres), a sensação do festival foi o longa uruguaio O Banheiro do Papa, de Enrique Fernandez e Cesar Charlone. Homenageado com o Kikito de Cristal, o documentarista Eduardo Coutinho exibiu, em primeira mão, Jogo de Cena, cujo impacto na plateia levou a uma das mais emocionantes sessões de aplausos da história do festival.
2008: "Nome Próprio", de Murilo Salles (Brasil), e "Cochochi", de Israel Cardenas e Laura Guzman (México)
A mostra nacional também teve como destaque Juventude, de Domingos Oliveira, e A Festa da Menina Morta, estreia na direção do ator Matheus Nachtergaele. A homenagem a Renato Aragão foi o momento emocionante do festival.
2009: "Corumbiara", de Vincent Carelli (Brasil), e "A Teta Assustada", de Claudia Llosa (Peru)
Dois longas gaúchos em competição foram premiados: Em Teu Nome, de Paulo Nascimento (melhor ator, para Leonardo Machado, e prêmio do júri), e Quase um Tango, de Sérgio Silva (melhor atriz, para Vivianne Pasmanter, e roteiro).
2010: "Bróder", de Jeferson De (Brasil), e "Mi Vida com Carlos", de Germán Berger-Hertz (Chile)
Jeferson De havia ganho a disputa nacional de curtas em 2003 com Carolina. Eleito pela crítica como o melhor documentário nacional, Diário de uma Busca, de Flávia Castro, desvenda a morte de um militante político (pai da diretora) em Porto Alegre, na ditadura militar.
2011: "Uma Longa Viagem", de Lúcia Murat, e "Medianeras - Buenos Aires na Era do Amor Virtual", de Gustavo Taretto (Argentina)
Caio Blat, de Uma Longa Viagem, repetiu prêmio de atuação conquistado um ano antes, com Bróder. Produção gaúcha assinada por Reginaldo Faria, O Carteiro ganhou o prêmio de fotografia. O curta de animação gaúcho Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo, de Rodrigo John, vence a mostra nacional.