O inquérito que investiga as circunstâncias em que o jovem Gilberto Luiz Pellizzer Júnior, 18 anos, atropelou 17 pessoas na madrugada de terça-feira de Carnaval, na praia de Quintão, em Palmares do Sul, permanece inconcluso.
Setenta dias após o acidente, o delegado Juliano Aguiar de Carvalho, titular da Delegacia de Polícia de Palmares do Sul, aguarda que uma vítima e uma testemunha ainda sejam ouvidos em Porto Alegre e Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos, para indiciar Pellizzer.
- Temos apenas um agente policial em Quintão. Ele não tem condições de fazer tudo - diz o delegado Carvalho.
O atropelamento coletivo ocorreu próximo ao número 3.500 da Avenida Esparta, em um ponto de encontro de jovens e adolescentes nas noites de Carnaval de Quintão. Em circunstâncias ainda investigadas pela polícia, Pellizzer avançou a sua caminhonete EcoSport contra uma multidão. Pela versão do jovem, ele teria se assustado e, temendo linchamento, tentado fugir, atropelando os pedestres.
Na oportunidade, porém, testemunhas disseram a Zero Hora e confirmaram à Polícia Civil que Pellizzer teria se irritado com algumas pessoas, que lançavam espuma com spray no veículo, e acelerado contra a multidão.
Logo após o acidente, Amilcar Souza Neto, delegado plantonista de Cidreira, enquadrou a atitude do motorista como lesão corporal culposa (sem intenção). Horas mais tarde, contudo, Pellizzer começou a ser investigado por tentativa de homicídio com dolo eventual (quando a pessoa assume o risco de matar).
Mesmo aparentemente fácil de ser concluído (o motorista confessou que estava ao volante, há quase duas dezenas de vítimas e centenas de testemunhas, pois uma multidão aglomerava-se na avenida quando ocorreu o atropelamento), o inquérito permanece parado.
- Pretendemos concluir o inquérito e remeter à Justiça na semana que vem - complementa o delegado.
Com pedido de prisão preventiva negada pela Justiça, Pellizzer aguarda a conclusão das investigações em liberdade.
Acidente no Carnaval
Carência de efetivo retarda conclusão de inquérito sobre atropelamento coletivo
Setenta dias após fato, polícia aguarda que uma vítima e uma testemunha ainda sejam ouvidas
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