"A História do Amor" discute a relação a partir deste domingo

No princípio era o sexo. Depois, o verbo, e com ele a discussão da relação. Em que momento na linha evolutiva do homem a pegação para garantir a reprodução da espécie virou casamento e o ninguém é de ninguém sucumbiu à fidelidade? Onde e em que época bateu o primeiro coração a ser partido?  E como pintou o amor nessa história toda? Essas e outras apaixonantes questões são o tema do quadro que estreia neste domingo (30) no Fantástico, na RBS TV, produzido na Capital e dirigido pelos cineastas Jorge Furtado e Ana Luiza Azevedo.

A História do Amor é a mais recente parceria da Casa de Cinema de Porto Alegre com a Globo. Ao longo de seis domingos, os atores Daniel de Oliveira e Leandra Leal vão apresentar e protagonizar esquetes cômicos de oito minutos sobre o conceito do amor através dos tempos. Do grito primal nas cavernas ao mimimi do macho sensível dos dias de hoje, o amor será dissecado em seis estágios: o começo, a sedução, o namoro, o casamento, o ciúme e o fim.

Assista ao videoclipe com Daniel de Oliveira e Leandra Leal cantando Antes das Seis, música da banda Legião Urbana que é tema de A História do Amor:



Furtado é autor do roteiro, ao lado de Guel Arraes, diretor de núcleo da Globo com quem trabalha a quatro mãos há mais de 20 anos.

- Esse projeto nasceu quando fazíamos o filme Romance - diz Furtado, referindo-se ao longa dirigido por Guel e roteirizado pelos dois que conta a história de um casal de atores (Wagner Moura e Letícia Sabatella) que se apaixona durante a montagem de Tristão e Isolda, matriz de todas as histórias românticas.

Furtado e Guel já fizeram para o Fantástico quadros aos moldes de A História do Amor, como Bicho Homem e Sexo Oposto, protagonizados por Fernanda Torres e Evandro Mesquita.

- Esses tinham como gancho pesquisas de comportamento e neurociência - explica Furtado. - Agora, buscamos referências em obras como História do Amor no Ocidente, do Denis de Rougemont.

Segundo o diretor, todo o embasamento histórico e científico do quadro é rigorosamente verdadeiro, embora o escracho permita mostrar o rei Salomão de Israel chiando como um carioca e piriguetes circulando no período paleolítico. Daniel e Leandra vivem 64 diferentes personagens e atuaram o tempo todo diante de um fundo verde. Eles interagem com cenários virtuais que combinam animação e recortes de pinturas referenciais da história das artes.

Foram duas semanas de gravações, no suporte digital de alta definição, e outras nove de pós-produção, a cargo do montador Giba Assis Brasil e de três estúdios de produção gráfica da Capital: Cartunaria, Makako e Monociclo.

Zero Hora assistiu ao primeiro episódio e trechos do segundo, a convite da Casa de Cinema. Nos primeiros segundos percebe-se a marca autoral de Furtado, como o humor, o hipertexto e as citações enciclopédicas.

- Acho legal ter estilo que é reconhecido, mas isso também pode ser um problema - destaca Furtado. - Tenho cuidado em não me repetir, a preocupação com a linguagem é constante. História do Amor tem coisas do Ilhas da Flores, por exemplo, e novidades que vão surpreender o espectador.