No dia em que completa 90 anos de ocupação, o Palácio Piratini, sede do governo estadual, lança as diretrizes para ser transformado em um local cada vez mais próximo dos gaúchos. Com a restauração do espaço, que deverá abrir à visitação locais restritos, conhecer o gabinete de onde saíam as ordens de Borges de Medeiros na década de 1920 e visitar as dependências em que dormia Getúlio Vargas antes de se tornar presidente do Brasil pode ser uma realidade daqui a alguns anos.
Para dar início ao trabalho de valorização do espaço, o governador Tarso Genro assina hoje o decreto de criação do Conselho de Preservação do Piratini e anuncia as ações futuras para a restauração do complexo. A ideia é fazer do local, hoje distante da sociedade, um espaço de acolhimento à população e conservação da memória política do Estado.
- Queremos transformar o Palácio em uma expressão da diversidade cultural, econômica, política e social do Rio Grande do Sul - afirma o chefe de gabinete do governo, Vinícius Wu.
O projeto de restauro integral do patrimônio deve ser concluído em cerca de um ano. Depois, o governo quer dar o pontapé inicial nas obras.
Na nova proposta, a gestão ambiental e sustentável não deve ser esquecida. Segundo a Chefia de Gabinete, na próxima quinta-feira, serão inaugurados a cisterna que coletará água da chuva, o bicicletário dos funcionários e a horta que produzirá alimentos orgânicos para uso da cozinha do Palácio - esta última, uma recomendação do próprio governador.
- Em breve, também serão lançados projetos para a racionalização de recursos, como o papel, dentro do Palácio - completa Wu.
Atualmente, a visitação é restrita à área administrativa. Se o projeto der certo, o público poderá ver detalhes da área residencial e de espaços históricos que hoje são ocupados por secretarias ou servem de depósito para o patrimônio.
História
O Piratini começou a ser construído no fim do século XIX, por ordem do então governador do Estado, Júlio de Castilhos, e teve a pedra fundamental lançada em 1896. Devido à suspensão dos trabalhos, ordenada na gestão de Carlos Barbosa, a obra só foi retomada em 1909, com um novo projeto proposto pelo arquiteto francês Maurice Gras.
O prédio só começou a ser ocupado em 17 de maio de 1921, durante a administração de Borges de Medeiros. Ainda inacabado durante o início de seu uso, o Palácio nunca teve uma inauguração oficial.
Clique na imagem abaixo e confira o antes e o depois de diferentes espaços do Palácio Piratini: