A 6ª Vara Criminal de Porto Alegre decidiu nesta quinta-feira que os 25 denunciados pelo Ministério Público supostamente envolvidos na fraude em ações de marketing do Banrisul responderão a processo crime.
O MP havia feito na última terça-feira a denúncia pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e corrupção passiva. Os réus têm 10 dias para apresentarem defesa.
A pedido do Ministério Público, a Justiça também retirou o segredo de Justiça do processo. Conforme a decisão, a aplicação do segredo é se justifica somente na fase investigatória.
Confira a lista dos denunciados pela Justiça e os contrapontos:
Alexandre Ferlauto Della Casa: ligado a empresas de Davi Antunes de Oliveira (peculato).
"Não tenho nada a comentar."
Amarante Gonzales de Freitas: ligado a empresas de Davi Antunes de Oliveira (peculato).
Atendeu ao telefonema, mas a ligação se completou. Não foi possível voltar a contatá-lo.
Ana Paula Rodrigues Franco: ligada a empresas de Davi Antunes de Oliveira (peculato).
ZH deixou recado na caixa eletrônica, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Antônio João Carlos Flório D'Alessandro: sócio e proprietário da DCS (formação de quadrilha e peculato).
O advogado Aury Lopes Jr. diz que seu cliente desconhecia completamente as irregularidades apontadas e não teve qualquer envolvimento com os fatos. "Tratava se de uma estrutura paralela que somente tomaram conhecimento com a investigação policial. A denúncia esta completamente equivocada e parte de ilações e presunções, sem base probatória, como ficará demonstrado no curso do processo."
Armando D´Elia Neto: diretor da DCS (formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro).
O advogado Rafael Canterji afirmou que o "primeiro passo é obter uma cópia da denúncia e, a partir daí, buscar uma providência".
Davi Antunes de Oliveira: empresário, controlador de empresas associadas ao esquema (formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro).
Zero Hora não conseguiu contato.
Edinéia Klein de Ávila: funcionária da DCS (peculato).
"Não sei nem do que estou sendo acusada. Preciso primeiro ver o que está acontecendo. Não tenho nada a declarar, meus advogados vão esclarecer tudo para vocês."
Gerri Adriane dos Santos: responsável por empresa terceirizada associada ao esquema (peculato).
"Não sei de nada ainda. Quando souber, me pronunciarei somente por meio do meu advogado."
Gilson Fernando Storck: sócio- gerente da SLM (formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro).
Conforme o advogado José Antônio Paganella Boschi, Storck "irá provar que os R$ 80 mil apreendidos em sua residência pela PF tinham origem lícita. Ele estava se separando da mulher à época e queria proteger o dinheiro, que era único patrimônio que tinha. Ele fazia as despesas pela empresa e era ressarcido em dinheiro. Ele vai se defender e a promotoria que prove o contrário".
Guilherme Thiesen: ligado a empresas de Davi Antunes de Oliveira (peculato).
ZH tentou contato, mas ele não se encontrava em casa e o celular estava desligado.
Heloiza Valle de Oliveira: ex-funcionária do Banrisul com atuação no marketing (peculato).
"Não estou sabendo de nada. Tu estás me trazendo uma informação que não tenho o mínimo conhecimento. Vou verificar. Já estou aposentada há três anos, e não tenho conhecimento disso que está acontecendo."
Ivan do Valle Haubert: responsável por empresa terceirizada ligada ao esquema (peculato).
"Estou envolvido nesse processo de uma maneira que não deveria estar. Prefiro não me pronunciar."
Jairo Xavier Amaral: responsável por empresa terceirizada ligada ao esquema (peculato).
Diz o advogado Lucio de Constantino: "É precipitada a acusação, em especial quando é contra uma pessoa que sequer foi indiciada no inquérito policial e que esta grave acusação vai ser rechaçada de forma aguda pela defesa."
João Batista Rieder: ex-assessor de marketing do Banrisul (formação de quadrilha, peculato e corrupção passiva).
ZH não conseguiu contato.
Leandro Silvestre Francisco: ligado a empresas de Davi Antunes de Oliveira (peculato).
ZH não conseguiu contato.
Lúcio Atílio Arzivenco Rodrigues: ligado a empresas de Davi Antunes de Oliveira (peculato).
"Não tenho nada a falar a respeito."
Maria Lúcia Salvadori Záchia: funcionária da DCS (peculato).
O advogado Aury Lopes Jr. diz que sua cliente desconhecia completamente as irregularidades apontadas e não teve qualquer envolvimento com os fatos. "Tratava se de uma estrutura paralela que somente tomaram conhecimento com a investigação policial. A denúncia esta completamente equivocada e parte de ilações e presunções, sem base probatória, como ficará demonstrado no curso do processo."
Maria Selma da Silva: ligada a empresas de Davi Antunes de Oliveira (peculato).
Uma mulher que se negou a revelar seu nome atendeu ao telefone apresentando-se como filha de Maria Selma. Ela disse: "Minha mãe não tem condições de responder, ela tem 75 anos, teve um AVC, não tem condições de falar. Ela não vai dar entrevista."
Mário Brenner Della Casa: ligado a empresas de Davi Antunes de Oliveira (peculato).
"Não tenho nada a dizer por enquanto."
Neiva Eliane Hermann Saratt: ligada a empresas de Davi Antunes de Oliveira (peculato).
"Não tenho nada para declarar."
Rodolfo Rospide Neto: ex-assessor da presidência do Banrisul, na gestão de Fernando Lemos (formação de quadrilha e peculato).
"Para mim, é uma surpresa. Tenho a convicção de que não tenho nada a ver com isso."
Roberto Correa Otero: ligado a empresas de Davi Antunes de Oliveira (peculato).
Diz o advogado Cassio Soares Rodrigues: "Enquanto não tivermos acesso ao teor da acusação - por enquanto só sabemos o que os jornais divulgaram -, não nos manifestaremos."
Rubens Bordini: ex-vice-presidente e ex-diretor de marketing do Banrisul (formação de quadrilha e peculato).
"Estou muito surpreso de ver meu nome incluído na denúncia. Não tive nenhum envolvimento com as supostas irregularidades, tanto que, nas páginas com escutas telefônicas, nada consta contra mim. Pelo contrário, eu era chamado de 'bobo'."
Siegmar Pereira da Cunha: responsável por empresa terceirizada (peculato).
ZH não conseguiu contato.
Walney José Wolkmer Fehlberg: ex-superintendente de marketing do Banrisul (formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro).
O advogado Marcelo Bertoluci disse que vai se manifestar assim que tiver acesso ao processo.
Entenda o caso
A Operação Mercari foi deflagrada em setembro do ano passado. A investigação verificou suspeitas de fraude em ações publicitárias do Banrisul. De acordo com cálculo inicial da Polícia Federal, cerca de R$ 10 milhões foram desviados na fraude. Pelo menos quatro pessoas foram presas, e uma quantia em dinheiro equivalente a R$ 3,4 milhões foi apreendida à época da operação.
Operação Mercari: confira os 25 denunciados por fraude no Banrisul e os contrapontos
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