Matriculados na disciplina Projeto Integrador: Ciência do Movimento Humano, 14 estudantes do curso de Educação Física - bacharelado da Universidade do Vale do Taquari (Univates) confeccionaram uma almofada para pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Covid-19 do Hospital Bruno Born, localizado em Lajeado. Os alunos produziram o apoio facial com a orientação do professor Marcos Minoru Otsuka.
O pedido para a realização do produto foi feito por um médico do Hospital Bruno Born, segundo Otsuka.
— Recebi uma ligação do Lucas Mallmann, que é o supervisor-chefe da UTI de Covid-19. Ele me explicou que, por estarem em posição prona (deitados de bruços sobre o abdômem, com a cabeça virada para um dos lados) durante parte do período de internação, os pacientes apresentavam alguns hematomas no rosto. O cenário exigia que pensássemos em uma solução capaz de amenizar esse tipo de desconforto — relata.
O professor levou o pedido do médico aos alunos de uma das disciplinas que ministra na Univates. A turma discutiu alternativas que seriam úteis para melhorar a situação dos pacientes. A ideia de confeccionar uma almofada surgiu nesta troca.
Foi, então, produzido um protótipo que depois foi testado num paciente internado na UTI de Covid-19 do hospital. O projeto piloto contou com o apoio das empresas Sonoplus (Teutônia) e Ortobom (Estrela), que doaram materiais para a confecção da almofada.
Na segunda fase do projeto, o grupo prevê a confecção aprimorada de mais unidades da almofada.
Benefícios
Antes da confecção da almofada, os estudantes da disciplina realizaram pesquisa para entenderem melhor as características de apoios faciais já existentes no mercado. O docente enfatiza que a produção da almofada também trouxe benefícios aos alunos da disciplina Projeto Integrador: Ciência do Movimento Humano.
— Durante a produção do apoio facial, os estudantes tiveram a oportunidade de utilizar conhecimentos das áreas de biomecânica e cinesiologia de forma concreta. Para eles, o desafio consistiu em pensar em como poderiam aplicar certas relações biomecânicas na construção de uma almofada para pacientes de Covid-19 internados na UTI — assinala Otsuka.
Integrante do grupo de estudantes, Kevin Inácio Becker Grunevald, do segundo semestre, conta que se sentiu desafiado pela atividade. Ele não esconde o sentimento de gratidão que sente ao poder colaborar para o bem-estar do próximo em uma época de pandemia.
— Saber que estou auxiliando alguém que foi diretamente infectado pelo novo coronavírus faz com que eu tenha vontade de me dedicar ainda mais ao projeto. O desejo de ajudar as pessoas em um momento como o que estamos enfrentando está sempre presente, mas, às vezes, precisamos de um empurrãozinho para, de fato, conseguirmos concretizá-lo — reflete o acadêmico.