Famílias de Caxias do Sul impactadas pela pandemia de coronavírus terão mais 130 toneladas de alimentos à disposição. Os mantimentos foram entregues à Fundação de Assistência Social (FAS) na manhã desta quarta-feira (20) após serem doados por 11 entidades e empresas em uma ação coordenada pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC). A solenidade ocorreu no estacionamento dos pavilhões da Festa da Uva com bênção do bispo Dom José Gislon.
— Eu tenho certeza que, no passado, as pessoas que estiveram aqui, principalmente os italianos, passaram por coisas piores do que estamos passando e ainda teve a gripe espanhola em 1918 — disse o presidente da CIC, Ivanir Gasparin, durante a entrega.
Ao todo foram preenchidos 12 caminhões, cada um deles com um tipo de alimento, como arroz, açúcar, extrato de tomate e biscoitos, entre outros. As doações totalizam 144 mil itens num valor total de R$ 500 mil. Segundo a FAS, as doações vão virar 12 mil cestas básicas.
A ideia de arrecadar alimentos foi do vice-presidente de comércio da CIC e proprietário da rede de supermercados Andreazza, Jaime Andreazza, após ver a mobilização dos clientes na compra de cestas básicas.
— As pessoas compravam três, quatro, cinco cestas e doavam esporadicamente. Notamos que algumas famílias ganhariam duas cestas e outras não iriam ganhar nada. Eu já tinha o desejo de fazer essa doação e aí comecei a compartilhar dentro da CIC, com as empresas, sindicatos e todo mundo apoiou — afirma Andreazza, acrescentando que foram necessários 20 dias entre a ideia e a entrega dos alimentos.
Após o ato de entrega, os caminhões saíram em comboio em direção ao Andreazza do bairro Kayser, onde vai ocorrer a montagem das cestas. O material vai ficar à disposição da FAS que fará a entrega conforme as famílias solicitarem.
Conforme a presidente da entidade, Marlês Seben, as famílias beneficiadas deverão retirar os mantimentos nos Centros de Referência em Assistência Social (Cras). Em caso de pessoas com dificuldade de locomoção, no entanto, poderá ser viabilizada a entrega. Quem não está inserido no Cadastro Único, deve buscar um Cras e informar nome, endereço e CPF, entre outros dados. Já as famílias que constam no banco de dados do município serão atendidas dentro do Cras da região onde mora.
Segundo Marlês, presidentes de bairro também têm ajudado a identificar famílias que necessitam de alimentos. A partir de junho, a FAS passará a comprar 10 mil sextas básicas por mês. Como a compra depende de licitação, não foi possível viabilizar a aquisição para maio.