Desde o começo da semana, uma linha de produção montada na fábrica de armas Taurus, em São Leopoldo, trabalha em um outro tipo de mecanismo de defesa. Voluntários do Exército ajudam na montagem de 60 mil protetores faciais que deverão ser doados a profissionais da saúde de todo o Estado que estão atuando no combate ao coronavírus. Os equipamentos são feitos com maquinário e matéria-prima fornecidos pela empresa.
— O mundo está passando por um momento difícil, lidando com um inimigo desconhecido. E os profissionais da saúde são os que estão mais expostos à pandemia. Esse é um investimento pequeno para a companhia, mas de fundamental importância para protegê-los agora — disse o presidente da Taurus, Salesio Nuhs.
Os equipamentos, conhecidos como Face Shield, consistem em uma viseira translúcida presa com uma borracha na parte de trás da cabeça, e servem para proteger olhos, nariz e boca. Segundo Nuhs, a ideia de contribuir com a produção surgiu quando soube que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estava fabricando as viseiras a partir de impressoras 3D nos laboratórios da universidade. A empresa utilizou o molde para organizar uma produção em escala industrial.
Cinco militares por turno ajudam na montagem. Inicialmente, está prevista a fabricação de 2,5 mil máscaras por dia. Com a chegada de mais matéria-prima, a partir da semana que vem, a produção deve dobrar. A expectativa é atingir os 60 mil em até duas semanas.
Além dos profissionais da saúde, policiais militares que atuam em São Leopoldo, assim como os profissionais da Guarda Municipal, deverão receber o equipamento de proteção. Ao final desta etapa, a Taurus pretende expandir o projeto para outros Estados, disponibilizando o maquinário montado no local para produzir a partir da doação de outras empresas.