O espaço anexo ao Hospital Independência, em Porto Alegre, já está em construção e deve estar pronto no dia 1º de junho, segundo projeção feita pela prefeitura durante apresentação do projeto, na manhã desta quarta-feira (29). Serão 62 leitos exclusivamente destinados no combate ao coronavírus pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A estrutura será instalada junto ao prédio do hospital na Avenida Antônio de Carvalho, na zona leste. O recurso, que soma R$ 10,4 milhões, foi doado pelas empresas Gerdau (R$ 4,2 milhões), Ipiranga (R$ 4,2 milhões) e Zaffari (R$ 2 milhões) e conta com consultoria do Hospital Moinhos de Vento.
O prazo de construção é pequeno — 35 dias — tendo em vista a pressa para abertura dos leitos para que a Capital passe pela fase mais crítica da pandemia. Para isso, a Gerdau começou a construir os módulos em Santa Catarina. As peças serão trazidas em carretas para Porto Alegre. Depois, serão instaladas já pré-fabricadas, dando agilidade ao processo.
Para os engenheiros responsáveis, a data de início é considerada 28 de abril. Apesar disso, no terreno onde será erguido o novo hospital, trabalhadores já preparam desde a última semana o solo para receber as peças pré-moldadas. A área, antes, era parte do estacionamento do Hospital Independência.
Segundo a prefeitura, o novo hospital terá dois andares. Os 62 leitos serão distribuídos em 10 quartos coletivos e dois individuais. O projeto de engenharia permite que o prédio possa receber um terceiro andar, com mais leitos, caso haja o agravamento no número de infectados pela doença.
Diferentemente do modelo adotado em outras cidades, que fizeram hospitais provisórios, a estrutura ficará como disponível após a pandemia.
— Se saiu de uma ideia inicial de um hospital de campanha, para a ampliação de uma propriedade pública municipal que, depois, poderá ser utilizada pela população como um legado — declarou o prefeito Nelson Marchezan.
Aproximadamente cem funcionários serão contratados pela Rede de Saúde Divina Providência, por meio de convênio com a prefeitura. São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, de radiologia, de nutrição e fisioterapeutas.
Avaliação da doença na Capital
Questionado se a nova estrutura e o trabalho feito até aqui serão capazes de evitar o colapso no sistema de saúde de Porto Alegre, o secretário municipal da Saúde, Pablo Sturmer, avalia que a cidade apresenta situação melhor que outras capitais:
— Com toda a organização dos leitos que temos feito com relação na parte hospitalar, estamos muito bem preparados, comparando com a rede hospitalar de outros lugares que tem sofrido, especialmente Itália, China e Estados Unidos. Estamos com boa capacidade de atendimento para enfrentar os graus mais intensos da pandemia — comentou.
O secretário ponderou que, para evitar o colapso, junto com a ampliação dos leitos, ainda é necessário manter, mesmo que em níveis menores, o distanciamento social. Nesta quarta (29), conforme a Secretaria Estadual da Saúde, Porto Alegre registra 443 casos confirmados da doença e 14 óbitos.