O enfrentamento à pandemia do coronavírus ganhou aliados de peso em Porto Alegre. Conforme a coluna antecipou na última sexta-feira (24), os grupos Gerdau, Ipiranga, Zaffari e Hospital Moinhos de Vento construirão, juntos, um novo hospital na capital gaúcha e que ficará de legado para o sistema de saúde da cidade, após vencida a crise da covid-19. No local, o público será atendido exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os detalhes serão anunciados em entrevista coletiva que deve ocorrer na próxima quarta-feira (29).
A coluna apurou novos detalhes sobre o funcionamento do novo hospital e identificou uma outra instituição privada que será especialmente importante para a excelência da nova estrutura. Conhecida pelos gaúchos, a Rede de Saúde Divina Providência será responsável pela contratação de médicos e profissionais de saúde, além de outras equipes necessárias para o atendimento dos pacientes. O novo hospital não será "de campanha", mas um prédio de dois andares anexo ao hospital Independência (especializado em traumatologia e ortopedia), localizado na Avenida Antônio de Carvalho, no bairro Alto Petrópolis.
Esse detalhe é importante porque o hospital atual, que hoje oferece em torno de 100 leitos, conta com departamentos essenciais para o atendimento dos novos pacientes da covid-19, como o laboratório e o de diagnóstico por imagem. Na prática, são setores que poderão ser aproveitados pela nova estrutura. Os dois prédios serão ligados por uma espécie de passarela interna.
A expectativa é que o novo hospital - que contará com aproximadamente 60 novos leitos - disponha de 300 profissionais, entre médicos e equipe multidisciplinar, e ofereça atendimento 24 horas por dia. A projeção é que seja construído em 35 dias. As obras começam ainda no mês de abril.
Atendimento elogiado
A coluna apurou um outro detalhe importante. O atendimento prestado por profissionais da rede Divina Providência (que administra o Hospital Independência) é considerado extremamente satisfatório pelas autoridades municipais. Depois que o Divina assumiu o hospital, houve expressiva redução da fila de espera de ortopedia. Em maio de 2018, 20 mil pessoas aguardavam por uma consulta com ortopedista em Porto Alegre. Um ano depois, esse número reduziu 67,51%, chegando a 6.509.
Outro dado ao qual a coluna teve acesso também expressa o êxito nas operações. Antes de o contrato ter sido firmado com a associação, eram ofertadas 300 consultas por mês na estrutura. Com a ampliação a instituição passou para 1 mil por mês, com 700 consultas a mais. A expectativa é que o modelo de atendimento, considerado exitoso pela Secretaria de Saúde, possa ser aplicado durante o enfrentamento à pandemia e, posteriormente, quando os leitos a mais ficarão como legado para a sociedade.
Legado
"Posteriormente, a unidade de saúde será entregue para administração da Prefeitura de Porto Alegre e passará a integrar a rede pública de saúde do município, tornando-se um legado para a capital e sua população", afirmam as empresas Gerdau, Ipiranga, Zaffari e Moinhos de Vento, em comunicado divulgado na última sexta-feira.