Paris receberá a partir do dia 28 de agosto os Jogos Paralímpicos. Depois da Olimpíada, que acabou no último dia 11, a capital francesa se prepara para sediar 22 modalidades até o dia 8 de setembro.
Potência paralímpica, o Brasil tentará mais uma vez bater o seu recorde de medalhas. Serão 279 atletas brasileiros nos Jogos Paralímpicos de Paris — 254 esportistas com deficiência, 19 atletas-guia (sendo 18 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo.
Será a maior delegação brasileira em Paralimpíada em uma edição fora do Brasil, superando os 259 convocados dos Jogos do Japão. O número só não supera o registrado nos Jogos do Rio 2016, quando o Brasil contou com 278 atletas com deficiência.
O país, que conquistou 72 medalhas em Tóquio, em 2021, estará na briga por pódio em 20 das 22 modalidades disponíveis em Paris. As equipes do basquete em cadeira de rodas e do rúgbi em cadeiras de rodas não conseguiram classificação.
A expectativa do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é realizar uma campanha em Paris igual ou superior à realizada em Tóquio, com uma expectativa de conquistar de 70 a 90 pódios. Além disso, existe a meta manter-se no top-8 do quadro de medalhas.
— Sabemos que o mundo inteiro se prepara para a grandiosidade dos Jogos Paralímpicos, mas estamos com boas perspectivas, tanto para bater o número total de medalhas, como medalhas também de ouros conquistados — disse em entrevista à Rádio Gaúcha Yohansson Nascimento, ex-atleta paralímpico e atual vice-presidente do CPB.
Na história, o Brasil tem 109 ouros, 132 pratas e 132 bronzes (373 medalhas ao todo). As modalidades que mais trouxeram pódios para o Brasil são: atletismo (170 – 48 ouros, 70 pratas e 52 bronzes), natação (125 – 40 ouros, 39 pratas e 46 bronzes) e judô (25 – cinco ouros, nove pratas e 11 bronzes).
Premiação ampliada
O CPB aumentou os prêmios para os medalhistas paralímpicos em relação aos Jogos de Tóquio. Em comparação ao evento do Japão, o repasse financeiro teve um aumento de 56,25%.
Os medalhistas de ouro em provas individuais receberão R$ 250 mil por medalha, enquanto a prata renderá R$ 100 mil cada e o bronze, R$ 50 mil.
O título paralímpico em modalidades coletivas, por equipes, revezamentos e em pares (bocha) valerá um prêmio de R$ 125 mil por atleta. Já a prata, neste caso, será bonificada com R$ 50 mil e o bronze, com R$ 25 mil.
Demais integrantes das disputas, atletas-guia, calheiros, pilotos e timoneiros, vão receber 20% da maior medalha conquistada por seu atleta e 10% do valor correspondente a cada pódio seguinte.
As apostas de medalhas
Com a aposentadoria do nadador Daniel Dias, dono de 27 medalhas paralímpicas, ficará a cargo de Phelipe Rodrigues a marca de convocado para os Jogos com mais medalhas na história da competição — são oito.
Natural de Recife, em Pernambuco, ele conquistou ao menos uma medalha em cada uma das quatro edições dos Jogos que disputou. Ele participa dos Jogos desde Pequim, em 2008, e esteve em todas Paralimpíadas desde então. Especialista nas provas de velocidade (50m e 100m) do nado livre, ele soma cinco pratas e três bronzes no currículo.
Nos 100m T47, amputados de braço, dois brasileiros surgem como favoritos pelo pódio. Petrúcio Ferreira e Washington Junior estão cotados, inclusive, a uma dobradinha na competição. O primeiro tem cinco medalhas paralímpicas, enquanto o segundo foi bronze em Tóquio.
Das águas, também aparecem outras duas esperanças de medalhas para o Brasil. Dona de cinco medalhas no Japão, Carol Santiago (S12, deficiência visual), paratleta do Grêmio Náutico União, irá em busca de aumentar seu reinado na modalidade. Aos 29 anos, Talisson Glock (S6, limitações físico-motoras) também tem cinco pódios em Jogos (um ouro, uma prata e três bronzes).
Atleta olímpica na Paralimpíada
Bruna Alexandre entrou para a história na Olimpíada de Paris. Ela se tornou a primeira brasileira a disputar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
Atleta da classe 10 (deficiência em um membro que não é utilizada no jogo), ela já é dona de quatro medalhas na Paralimpíada. Bruna foi prata no individual e bronze por equipes nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020; bronze no individual e por duplas nos Jogos Paralímpicos Rio 2016
Atleta com mais participações
Paris também marca a sexta participação da nadadora cearense Edênia Garcia em uma edição de Jogos Paralímpicos. A nadadora é a única convocada para o megaevento na França a conquistar a marca, depois de ter competido em Atenas 2004, Pequim 2008, Rio 2016 e Tóquio 2020.
A atleta já conquistou três medalhas paralímpicas, duas pratas e um bronze, todas na prova dos 50m costas, sua especialidade.