Em ascensão na temporada 2024, André Stein e George Wanderley chegaram, neste sábado (20), à Vila Olímpica e demonstraram confiança na briga pelo pódio, apesar do evolução dos adversários.
Foi-se o tempo em que o Brasil dava as cartas no vôlei de praia. Aceitar essa realidade e se adaptar a ela é a estratégia da principal dupla brasileira para ir ao pódio nos Jogos. Na chegada a Paris, o capixaba André Stein, 29 anos, e o paraibano George Wanderley, 27 anos, afirmaram que os europeus mudaram a forma de se praticar a modalidade, adicionando mais velocidade ao jogo.
— O nosso esporte evoluiu muito. Os europeus têm apresentado um estilo de jogo diferente e mudaram o vôlei de praia, e estamos nos adaptando. A gente era muito acostumado ao Brasil ditando o ritmo e estamos correndo atrás — afirmou André, que, ao lado de George, subiu ao pódio em quatro das seis principais competições do circuito mundial em 2024.
Apesar da tradição do Brasil no vôlei de praia, as duplas brasileiras deixaram a desejar nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, quando nenhuma dupla brasileira ganhou medalhas nem no masculino e nem no feminino pela primeira vez desde o ingresso da modalidade no programa olímpico, nos Jogos de 1996, em Atlanta-EUA. De quebra, entre os homens, o ranking atualmente é liderado por duplas da Suécia e da Noruega.
— Acho que os europeus deram mais velocidade ao jogo. Antes, o vôlei de praia tinha um levantamento mais alto, mas realmente eles chegaram e mudaram o esporte. Agora, os atletas estão mais fortes, mais velozes e têm mais potência no saque, e os defensores antes eram um pouco mais baixos e hoje são altos e ágeis. Acho ainda que os europeus passaram a investir mais no vôlei de praia e estão colhendo os frutos agora — completou Stein.
George Wanderley também elogiou a evolução dos europeus, mas disse que confia no desempenho da dupla para fazer uma boa Olimpíada.
— A gente está cada vez mais familiarizado com esse estilo, de um pouco mais de correria do que era antigamente. Mas acho que é a evolução do esporte. Nós mesmos já jogamos torneios tentando aderir a isso e achou o nosso meio termo no estilo de jogo. É um jogo de xadrez. Você vai se adaptando ao que o outro time vai fazendo e ao estilo de cada equipe. E acho a gente está cada vez mais adaptado a essas mudanças — explicou o paraibano.
Melhor fase da carreira
André Stein destacou ainda o momento de ascensão da dupla, que começou o ano ainda sem a vaga olímpica garantida, mas, agora, na visão do capixaba, vive a melhor fase da carreira.
— Foi um dos melhores anos que a gente fez ao longo desses cinco que estamos jogando juntos. Era uma briga que a gente tinha de ir para o pódio mais vezes, e esse ano foi espetacular. Isso dá confiança, pois o crescimento foi no momento certo — finalizou.
André e George estreiam nos Jogos de Paris no dia 27 de julho. Já a outra dupla brasileira, formada por Evandro Gonçalves e Arthur Lanci, entra em quadra pela primeira vez no dia 28. As partidas ocorrerão em uma arena temporária construída em frente à Torre Eiffel.