A Era que contou com as experientes Cristiane e Marta se encaminha para o fim na Seleção Brasileira. Depois de ficar de fora da última Copa do Mundo, a centroavante também não teve lugar na lista para os Jogos Olímpicos. A camisa 10 foi convocada e deve disputar sua última grande competição pela amarelinha.
O técnico Arthur Elias explicou o motivo que o fez não levar a vice-artilheira do Brasileirão para Paris. E ressaltou que, se a lista fosse maior, talvez ela estivesse entre as escolhidas.
— A Cris foi bem nos jogos em que teve oportunidade na Seleção. Assim como eu disse todas as vezes, fiquei satisfeito com o desempenho da maioria das atletas. Temos de ver pelo lado positivo, da Cristiane estar entre as artilheiras do Brasileirão mais uma vez, tendo a oportunidade de estar na Seleção Brasileira. Esse é um grupo que vai para as Olimpíadas, mas elas representam o trabalho de todas as jogadoras. Provavelmente, é difícil afirmar, porque o critério seria outro se fosse Copa do Mundo, com 23 jogadoras, mas era provável que a Cristiane estivesse na lista. O fato de ela, com 39 anos, estar jogando no alto nível que está jogando e brigando até o final, mostra a grandeza da Cris. Obviamente, ainda não falei com ela, mas farei isso — afirmou o treinador.
Por outro lado, a rainha Marta apareceu entre as 18 chamadas. Neste ano, ela afirmou que seria sua aposentadoria da Seleção Brasileira. Por conta disso, a expectativa é que a Olimpíada seja o último grande evento com a presença da ilustre camisa 10.
— Ela soma muito pela representação dela, a maior atleta de todos os tempos. E também por estar jogando bem, fez por merecer essa lista. O desempenho da Marta, especialmente depois que voltou de um período afastada (por lesão) no início do ano, em seu clube que é o vice-líder de uma liga difícil como a dos Estados Unidos, sendo protagonista e decisiva. Mas, acima de tudo, o comportamento na marcação, na parte sem bola, isso faz com que todas as atletas vejam o exemplo ali dentro. Temos um desafio de encontrar uma maneira de a Seleção jogar para potencializar ela e todas as outras. A importância é muito grande, mas ela sabe disso, só se ganha com todas, uma unidade muito forte — enfatizou Arthur Elias.
O treinador da Seleção também abordou a convocação da atacante Kerolin, do North Carolina Courage dos Estados Unidos, que está voltando de lesão ligamentar no joelho. A atleta ainda está no oitavo mês de recuperação, mas deve viajar a Paris de toda forma.
— Fui pessoalmente avaliar ela e ver os treinamentos no clube. Então, nessas condições em que ela vai se apresentar, está liberada para fazer a carga de treinos com a Seleção. É uma atleta que foi eleita a melhor dos EUA na última temporada e uma das melhores da Seleção Brasileira nas últimas competições. É uma aposta que eu estou fazendo por uma confiança nela e também por essa montagem de ter uma equipe equilibrada de jogo para enfrentar a fase de grupos e, passando, enfrentar um mata com o objetivo de passar de fase — explicou.
As convocadas se apresentam na próxima quinta (4) para um período de treinos da Granja Comary, a fase Pré-Olímpica. O Brasil embarca dia 17 à França para aprimorar a preparação para a estreia contra a Nigéria, dia 25 de julho, às 14h. A partida será no Stade de Bourdeaux, em Bourdeaux. A Seleção ainda enfrenta, na primeira fase, Japão e Espanha. Se classificam os dois melhores de cada grupo e os dois melhores terceiros colocados.