Primeiro forte candidato do Brasil a faturar uma medalha em Paris 2024, Guilherme Costa "bateu na trave" neste sábado (27) na final dos 400 metros livre. Cachorrão, como é mais conhecido, obteve o quinto lugar, com o seu melhor tempo da vida: 3min42s76. O atleta de 25 anos bateu o recorde das Américas.
Na prática, Costa ficou a apenas 0s26 de uma vaga no pódio. A medalha de bronze ficou com o sul-coreano Woomin Kim, com 3min42s50. A prata foi para o australiano Elijah Winnington, com 3min42s21, enquanto o título olímpico foi conquistado pelo alemão Lukas Maertens, com 3min41s78.
Mesmo sem a vaga no pódio, Cachorrão encerrou um jejum importante para a natação do Brasil, que não emplacava um representante na final desta prova há 40 anos. Em comparação ao tempo das eliminatórias, o brasileiro melhorou seu tempo em mais de um segundo e meio, pois havia marcado 3min44s23 no início deste sábado.
— Eu queria muito a medalha. Tentei de tudo, fiz o que podia no terceiro trecho de 100m, onde errei de manhã (na classificatória), e não sei o que aconteceu nos últimos 50 metros, que é meu ponto forte, onde consigo conquistar minhas marcas. E hoje não consegui. Fiz de tudo, mas não foi possível — lamentou o nadador, entre lágrimas.
— Senti que nos primeiros 100 metros deixei o alemão ir embora, acabei pegando um pouco de marola dele, e sabia que teria que crescer muito no meio. Apostava nos últimos 50 metros. Acho que acertei a prova quase inteira, mas nos últimos 50 metros faltou. É meu ponto forte, estava confiando muito nisso, mas não funcionou hoje. Tinha certeza que chegaria em segundo quando vi como a prova estava se desenhando, e vi que não consegui fechar da forma que eu sempre fecho. Não quero sentir isso aqui nunca mais — pontuou.
Na final deste sábado, Costa nadou na raia cinco e oscilou entre a quarta e a quinta colocações, nadando quase sempre na linha do recorde mundial. Conhecido por ter grande desempenho na reta final desta prova, o brasileiro apertou o ritmo nos últimos 100 metros, mas não o suficiente para alcançar o lugar no pódio na prova que contou com alto desempenho neste sábado.
Guilherme Costa havia chegado a Paris com status de candidato à medalha, após decepcionar em sua primeira participação olímpica, em Tóquio, há três anos. Na ocasião, foi eliminado ainda nas semifinais. No Japão, seu melhor resultado foi o oitavo lugar nos 800 metros. E vinha de uma série de quebras de recordes brasileiros e sul-americanos.
Na capital francesa, ele vai disputar ainda as provas de 200m, 800m e o revezamento 4x200m livre. Além disso, se tornará o primeiro brasileiro a competir tanto nas provas de piscina quanto na prova de águas abertas (antiga maratona aquática) no criticado Rio Sena, alvo de questionamentos por causa da qualidade da água.