O dia da inédita Cerimônia de Abertura de uma edição dos Jogos Olímpicos a céu aberto chegou. A França e especialmente Paris amanheceram sob grande expectativa, mas também tensão. Afinal muitas questões estão envolvidas a partir desta sexta-feira (26).
A madrugada ampliou ainda mais o clima tenso em torno do delicado tema de segurança, após os trens da Sociedade Nacional de Estradas de Ferro (SNCF) serem alvo de um "ataque massivo de magnitude que paralisou" a sua rede de TGVS, os trens de alto velocidade. Neste momento, as forças de segurança e serviços de informação da França estão mobilizadas para identificar os autores dos ataques.
Os atos foram classificados como "criminosos", "escandalosos", "sabotagem" e "vontade de desestabilizar a França no momento em que vão ser iniciados os Jogos", segundo políticos franceses ouvidos pela imprensa do país.
Patrick Kanner, chefe dos senadores socialistas chegou a dizer que "a desestabilização, a sabotagem podem pôr em xeque a imagem da França".
E claro que essa é grande questão nesta sexta aqui em Paris. O chamado "perímetro de segurança interior e de luta contra o terrorismo" foi acionado há 10 dias e mais de 40 mil barreiras compõe o cerco na capital francesa, no que é chamado de "segurança 360 graus". São 45 mil policiais, 10 mil militares, 2 mil agentes de segurança que estão nas ruas 24 horas por dia.
O espaço aéreo será bloqueado num raio de 150km em torno de Paris a partir das 18h locais (13h em Brasília) e assim permanecerá por seis horas. Em função disso, 500 voos foram cancelados pelas companhias aéreas que atendem a França.
As autoridades mantêm alerta, mas segundo o ministro do interior Gérald Darmanin "não há nenhuma ameaça" no momento. Paris, um dos lugares mais procurados do mundo por conta do turismo, espera cerca de 15 milhões de visitantes no período dos Jogos.
Para se ter ideia da complexidade do processo, cerca de 1 milhão de verificações de antecedentes de voluntários, trabalhadores e outros envolvidos nos Jogos Olímpicos foram realizadas e aproximadamente 5 mil pessoas foram impedidas de trabalhar. Este processo também foi aplicado aos candidatos a passes para entrar na zona de segurança, ao longo das margens do Sena.
Segundo Darmanin, "mil pessoas que suspeitamos de interferência estrangeira, podemos dizer espionagem" estão no grupo impedido de atuar em Paris". Ainda de acordo com o ministro do interior, "algumas pessoas foram sinalizadas por suspeita de radicalismo islâmico, extremismo político de esquerda ou direita, antecedentes criminais significativos e outras preocupações de segurança" e também foram vetadas a participar dos Jogos.