A nadadora pernambucana Carol Santiago conquistou nesta terça-feira (1) sua segunda medalha de ouro no Campeonato Mundial de natação paralímpica, que está sendo realizado em Manchester, na Inglaterra. Campeã nos 100 metros costas na segunda-feira, a nadadora do Grêmio Náutico União venceu os 100 metros borboleta, com o tempo de 1min05s68. A prata ficou com a espanhola Maria Delgado (1min06s87), e o bronze, com a italiana Alessia Berra (1min06s98).
O ouro de Carol foi o de número 101 do Brasil na história da competição. Até o final da competição ela nadará mais seis provas.
— Passamos por um momento em que não tínhamos plateia (pandemia). A gente não escutava as pessoas gritarem. E, hoje, elas podem gritar para quem for. Eu estou achando ótimo. Acho que estão torcendo para mim. Por isso, eu entro com o sorriso. Também entrei com vontade de fazer o hino nacional tocar duas vezes depois da vitória do Douglas (Matera)— contou a atleta da classe S12 (para atletas com baixa visão), que completará 38 anos na quarta (2).
Antes da vitória de Carol Santiago, o Brasil festejou sua medalha de ouro número 100 em mundiais. O feito coube ao carioca Douglas Matera, também da classe S12, que foi o vencedor da prova dos 100 metros borboleta masculino. Com o tempo de 58s28, ele superou o recordista mundial, o britânico Stephen Clegg, prata com a marca de 58s41. O pódio foi completado por Raman Salei, do Azerbaijão (58s73).
— É sensacional ter o privilégio de ser o atleta a conquistar essa 100ª medalha de ouro, arredondar esta marca. Na natação paralímpica, nós, que temos deficiência visual, disputamos contra nós mesmos. A gente não vê o adversário do lado. Nós fazemos o nosso melhor e torcemos para dar certo. Não foi o meu melhor tempo, mas fiquei feliz de ter batido na parede em primeiro — disse o novo recordista das Américas, que na segunda havia levado o bronze nos 100 m costas.
Além dos ouros de Douglas Matera e Carol Santiago, o Brasil também foi ao pódio com Lídia Cruz, prata nos 100 m livre da classe S4 (limitação físico-motora) e, na mesma prova, mas na classe S6 masculina, o país teve uma dobradinha com Talisson Glock, prata, e o Daniel Mendes, bronze. Nos 100 m costas S14 (deficiência intelectual), Gabriel Bandeira ficou com a prata, mesma medalha do revezamento 4 x 50 metros livre - 20 pontos, formado por Lídia Cruz (S4), Patrícia Santos (S4) Daniel Mendes (S6) e Talisson Glock (S6).
No quadro geral de medalhas, a seleção brasileira ocupa a sexta posição com 12 pódios – três ouros, quatro pratas e cinco bronzes. A Itália lidera com 15 medalhas (nove ouros, duas pratas e quatro bronzes), com a China em segundo (sete ouros, seis pratas e quatro bronzes) e a Grã-Bretanha na terceira colocação (sete ouros, quatro pratas e cinco bronze).