O que você desejaria no dia de seu aniversário ? Que presente seria o escolhido ? A brasileira Carol Santiago escolheu cair na piscina, quebrar um recorde mundial e conquistar uma medalha de ouro. Na verdade, foi a terceira da pernambucana que comemorou 38 anos no alto do pódio do Campeonato Mundial de Natação Paralímpica, que está sendo disputado em Manchester, na Inglaterra.
Campeã dos 100 metros costas e dos 100 metros borboleta, nos dias anteriores, a nadadora do Grêmio Náutico União foi a melhor na prova dos 50 metros livre, da classe (para atletas com baixa visão). Na final disputada na tarde desta quarta-feira (2), ela venceu com o tempo de 26s71. A prata ficou com a ucraniana Anna Stetsenko (28s01) e o bronze, com a italiana Alessia Berra (28s38). Pela manhã, nas eliminatórias, Carol havia registrado um novo recorde mundial ao cravar 26s65.
— Meu técnico (Leonardo Tomasello) diz que quando caímos na água é para nadar forte. A gente veio para fazer isso. Deu tudo certo. Tudo encaixou direitinho. Pela manhã [nas qualificatórias], foi a minha melhor prova. Foi meu presente de aniversário. Esse é o resultado do investimento do Comitê Paralímpico Brasileiro na natação, que nos possibilita ir a diversas competições internacionais e treinarmos estratégias — disse a nadadora que nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão e que praticou natação convencional até o fim de 2018, quando migrou para o esporte paralímpico e agora soma 11 ouros e três pratas em mundiais.
A equipe brasileira ainda conquistou mais cinco pódios nesta quarta em Manchester. Foram mais três ouros, uma prata e um bronze. que deixam o Brasil na quarta posição do quadro de medalhas, com sete de ouro, cinco de prata e seis de bronze. A liderança é da Itália (13 ouros, três pratas e seis bronzes), seguida pela China (10 ouros, 11 pratas e seis bronzes) e pela Grã-Bretanha (oito ouros, quatro pratas e seis bronzes).
Juntas pela primeira vez em um Mundial, as gêmeas paranaenses Débora e Beatriz Carneiro fizeram uma dobradinha, com ouro e prata, respectivamente, nos 100 metros borboleta da classe S14 (deficiência intelectual). Assim como nas eliminatórias, Débora voltou a quebrar o recorde das Américas e venceu com 1min15s10. Beatriz 0s62 despois e a australiana Paige Leonhardt, com 1min16s50, fechou o pódio.
O paulista Samuel de Oliveira se sagrou campeão dos 50 m borboleta da classe S5 (limitação físico-motora) ao marcar 31s21, que também foi um novo recorde das Américas, batendo os chineses Jincheng Guo, prata (31s53), e Weiyi Yuan, bronze (31s58).
Um dos grandes nomes da equipe, o mineiro Gabriel Araújo ficou com a medalha de ouro nos 100 m costas S2 (limitação físico-motora). Com 1min55s34, recorde das Américas e da competição, ele superou o chileno Alberto Abarza (2min06s42) e o polonês Jacek Czech (2min07s04), que garantiram prata e bronze, respectivamente.
A medalha de bronze do dia veio com Patrícia Santos nos 150 m medley da classe SM4 (limitação físico-motora). Com o tempo de 3min06s30, a mineira garantiu um lugar no pódio, ao lado da sul-africana Kat Swanepoel, campeã 2min51s41 e da alemã Gina Boettcher, prata, com 3min01s70.