A logística de participação do Brasil para os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, já vem sendo elaborada desde antes do início da Olimpíada de Tóquio. E esse trabalho vai além da simples marcação de passagens aéreas ou cuidados com hospedagem para todos os que se classificam.
Questões como locais exclusivos para treinamento, alimentação, transporte dentro de Paris e das sub-sedes, uniformes, material de competição, serviços médicos e academias para realização de atividades físicas são alguns dos aspectos na preparação.
E toda essa estrutura foi apresentada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) nesta terça-feira (26), em evento realizado em São Paulo, que contou com a presença dos dirigentes da entidade, diversos medalhistas olímpicos e o presidente da Organização Desportiva Sul-Americana (Odesur), Camilo Perez.
A Vila Olímpica será aberta no dia 18 de julho. O Brasil foi o primeiro país das Américas a visitar o local, que terá um dos metros quadrados mais disputados da capital francesa entre julho e agosto de 2024, já que haverá uma grande limitação de credenciais.
Com esse limite, a utilização de uma base exclusiva é fundamental para oferecer aos atletas serviços que dentro da Vila seriam compartilhados com os demais países e necessitariam agendamento prévio.
Dessa forma, toda a estrutura brasileira será montada em Saint Ouen, cidade próxima à Vila Olímpica, em Saint-Denis. Neste local, por exemplo, será construída uma quadra de vôlei de praia e em um ginásio da região será colocado o piso utilizado durante os jogos de vôlei em competições internacionais.
Em Marselha, sede da vela, um problema de última hora surgiu para todas as delegações. A troca de prefeito criou algumas questões que não estavam previstas, pelo fato de que o novo administrador da cidade não é muito simpático aos Jogos.
Como a modalidade requer diversos cuidados em função do tamanho dos barcos, da manutenção e até mesmo de rampas de acesso para que eles sejam colocados no mar, o espaço se tornou muito competitivo fora d'água e o Brasil irá se instalar em um clube a 10 minutos da raia de competições. Até mesmo uma oficina para reparos será montada para a delegação brasileira.
— Em Marselha, já temos um local contratado para a vela, que é uma das nossas modalidades mais tradicionais, com muitas medalhas — comenta Rogério Sampaio.
Os uniformes, cerca de 40 mil peças, terão um local exclusivo para entrega, ajustes e reparos que se façam necessários. As famílias dos atletas que viajarem a Paris terão um local de convivência e receberão apoio jurídico, caso precisem.
Mas nem tudo está resolvido. O handebol será disputado em Lille e o COB ainda busca um local para que as seleções possam realizar sua preparação. O mesmo vale para o Taiti, que sediará as disputas do surfe.
— No Taiti, já estamos procurando uma base para que nossos atletas possam ter toda a estrutura como foi em Tóquio, com psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, preparadores físicos e treinadores para acompanhar os atletas. Em Lille, ainda estamos prospectando um local, mas todos terão a estrutura necessária — garante o diretor-geral do COB.
* O repórter viajou a convite do Comitê Olímpico do Brasil (COB).